[weglot_switcher]

TAP regista prejuízo de 1,6 mil milhões em 2021 (com áudio)

A companhia aérea portuguesa divulgou hoje os seus resultados anuais.
11 Abril 2022, 07h25

A TAP registou um prejuízo de 1,6 mil milhões de euros em 2021, informou hoje a companhia aérea. No ano anterior, a TAP tinha registado prejuízos de 1.230 milhões de euros, um valor que contrasta com as perdas de 95,6 milhões em 2019, antes da pandemia.

“Apesar do início desafiante de 2021, período em que muitos países enfrentaram fortes restrições à mobilidade, e das perturbações causadas pela variante Omicron no final do ano, a recuperação da operação continuou ao longo de 2021, à medida que mais mercados reabriram e os níveis de vacinação progrediram a nível mundial, com o número de passageiros a crescer 25,1% (YoY), cerca de 34,2% do nível de 2019. Do mesmo modo, a procura (medida em RPK) aumentou 25,6% (YoY), apesar de ser ainda 35,5% dos níveis de 2019. Em linha com a recuperação do número de passageiros, também as receitas de passageiros da TAP aumentaram 25,8% em 2021, acima do crescimento global das receitas de passageiros previsto pela indústria de 20,1% (de acordo com a IATA)”, pode-se ler no comunicado divulgado.

Já as receitas operacionais atingiram 1.388,5 milhões, mais 31,0% face a período homólogo. Esta subida deveu-se ao aumento das receitas dos passageiros em 218,8 milhões, valor que foi “foi particularmente favorecido pelo aumento das receitas de carga e correio, que aumentaram 88,0% (EUR 110,5 milhões), compensando na totalidade o declínio de EUR 13,7 milhões (-20,1% YoY) das receitas de manutenção”.

Por sua vez, os custos operacionais atingiram os 1,866 mil milhões de euros, menos 2,7% face a período homólogo “dado que a maioria das rubricas de custos operacionais recorrentes aumentaram a um ritmo mais lento do que as receitas operacionais, começando a refletir as medidas de reestruturação implementadas pela empresa, nomeadamente os custos com pessoal (EUR -46,3 milhões e – 11,0% YoY), custos de manutenção de aeronaves (EUR -5,0 milhões e -20,5% YoY) e custo dos materiais consumidos
(EUR -10,1 milhões e -25,1% YoY). A diminuição dos custos com pessoal já reflete as saídas graduais de 1.480 colaboradores ao longo do ano e os cortes salariais que tiveram início em março de 2021″.

Por seu turno, o EBIT Recorrente diminuiu em 380 milhões para -478 milhões com um EBITDA Recorrente de 11,7 milhões, tendo sido registado um EBITDA Recorrente positivo de 176 milhões no segundo semestre.

Já o Resultado Líquido ajustado de itens não recorrentes (incluindo ajustes fiscais) “seria de EUR -760,14 milhões em 2021 (um aumento de EUR 363,3 milhões face a 2020), sendo apenas 31% deste prejuízo imputável ao 2S21”.

Em termos cambiais, a companhia registou um impacto líquido negativo das diferenças cambiais (175 milhões) “relacionado com a depreciação do EUR face ao USD (com um forte impacto nas rendas futuras e, portanto, sem impacto em caixa neste ano), e também a depreciação do BRL face ao EUR. Por outro lado, as operações de cobertura de jet fuel (jet fuel hedging) tiveram um impacto positivo de EUR 8,7 milhões”.

Em termos de liquidez, “tal como no ano anterior, 2021 foi igualmente desafiante, pelo que a TAP continuou a concentrar-se nas suas medidas de proteção de liquidez, beneficiando dos aumentos de capital de maio e dezembro de 2021 de EUR 462 milhões e EUR 536 milhões, respetivamente (no contexto da Compensação de Danos da COVID-19 e do Auxílio à Reestruturação). Como tal, a TAP terminou o ano com EUR 812,6 milhões em caixa (+57% do que no início do ano)”.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.