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Taxas de juro positivas permitem produtos de rentabilidade garantida

Os seguros de vida oferecem mais do que uma proteção em caso de morte. O retomar das taxas de juro positivas vai reforçar o potencial da capitalização das apólices, salientam líderes do sector.
17 Julho 2022, 19h00

O seguro de vida vai deixar de ser encarado como uma obrigação rotineira no momento de assinar um crédito à habitação, asseguram líderes do sector do Jornal Económico. A tendência, com o recuperar das taxas de juro positivas, é que passem a ser vistos como produtos financeiros de rentabilidade garantida.

“Diria que, naquilo que tem que ver com seguros de vida em Portugal, estes sempre estiveram tradicionalmente ligados ao cumprimento de uma obrigação, nomeadamente associados ao crédito hipotecário”, começa por explicar o diretor geral da SABSEG, Carlos Martins. Esta tradição, como lhe chama, alterou a perceção do público português daquela que pode ser uma ferramenta de segurança mais alargada do que à partida se pensa. “Basicamente, os português têm, no comportamento de aquisição de seguros, uma contratação por obrigação e imposição legal”.

No caso do crédito à habitação, em que essa contratação é uma exigência há vários anos por parte do sector financeiro, não se vai assistir a um estagnar na oferta, assegura. “O boom imobiliário tem vindo, de certa forma, a trazer um conjunto alargado de desenvolvimento nesta área. Não só no aumento da oferta, mas também na procura dos clientes em salvaguardar melhor aquelas que são as suas posições financeiras, e as da sua família, no caso de uma fatalidade ou mesmo uma doença grave”, sublinha Carlos Martins. Mas não só no espectro familiar – também as empresas, e cada vez mais as pequenas e médias empresas, olham para este produto como uma forma de “assegurar homens-chave” e proteger a continuidade das operações. Há, contudo, que recordar e reforçar o papel dos corretores independentes na hora de contratar estas apólices, defende, pelo grau de preparação e transparência que estes podem conferir.

Por sua vez, o vice-presidente da GamaLife, Gonçalo Castro Pereira, sublinha que o sector “tem vindo a alargar o leque de oferta de coberturas complementares” e que exemplo disso são as doenças graves. “Em Portugal não há ainda uma consciência tão abrangente da necessidade de ter um seguro de vida”, diz. “Sabemos que as doenças graves têm uma incidência muito maior e a tendência é continuarem. Eventualmente, a gravidade e letalidade podem não ser as mesmas com os avanços tecnológicos e científicos.

Sobre o retomar das taxas de juro positivas, o vice-presidente da seguradora classifica o período até agora como uma anormalidade. “O que aconteceu foi uma anormalidade de taxas negativas durante uma série de anos”, explica, e que o “recrudescimento das taxas positivas vai permitir voltar a produtos de rentabilidade garantida”.

O objetivo, salienta, é que os clientes vejam a mais-valia. “Os produtos de vida com capitalização continuam a ser, quer da perspetiva de reforma, quer da perspetiva de investimento, uma opção bastanta válida”, sublinha Gonçalo Castro Pereira.

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