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Táxis estão “espantados” com apoio de 30 cêntimos por litro de combustível aos TVDE e admitem queixa a Bruxelas (com áudio)

A ANTRAL considera que o auxílio estatal a estas empresas, para fazerem face à subida exponencial do preço do gasóleo e gasolina, viola gravemente as regras europeias e constitui discriminação para com as restantes atividades comerciais no país.
  • Mnauel de Almeida/Lusa
15 Março 2022, 17h02

A Associação Nacional dos Transportes Rodoviários em Automóveis Ligeiros (ANTRAL), que representa os profissionais de mais de 10 mil táxis em Portugal, manifestou-se esta terça-feira “espantada” pelo apoio de 30 cêntimos por litro de combustível aos veículos TVDE, como Uber ou Bolt, anunciado ontem pelo Governo.

“Tal informação contraria frontalmente as declarações do ministro do Ambiente, no dia anterior, quando (muito bem) destacou que estes veículos TVDE operam no mercado aberto, sem obrigações de serviço público, pelo que têm a possibilidade de mexer na tarifa, ao contrário do táxi, que tem as suas tarifas congeladas desde 2013”, argumentou a associação.

Em causa está o anúncio do ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, de que o apoio para combustível e AdBlue (dissolução de ureia para reduzir emissões dos camiões), que até agora era concedido a táxis e autocarros, será alargado a transportes de mercadorias por conta de outrem até 3,5 toneladas e TVDE.

A ANTRAL considera que o auxílio do Estado a estas empresas, para fazerem face à subida exponencial do preço do gasóleo e gasolina, viola gravemente as regras europeias e constitui discriminação para com as restantes atividades comerciais no país, pelo que “não deixará” de apresentar uma denuncia à União Europeia.

Ainda assim, a entidade presidida por Florêncio tomará uma posição final amanhã, depois de ouvir o secretário de Estado da mobilidade, Eduardo Pinheiro, com quem tem uma reunião agendada às 10 horas no Ministério do Ambiente, em Lisboa.

Os taxistas criticam ainda, em comunicado divulgado esta tarde, os alegados contributos para o trânsito nas cidades por parte destas plataformas de transporte de passageiros. “O TVDE circula com número de veículos indeterminado que não é sujeita a qualquer licença ou controlo das entidades públicas, constituindo atualmente uma fonte geradora do aumento negativo de emissões e aumento de tráfego gerador de maiores bloqueios à fluidez nos centros urbanos”, opinam.

“Quem vai beneficiar com esta medida são as empresas donas das plataformas sediadas no estrangeiro que podem sempre alterar as condições de comissionamento para abastecer os seus custos”, defendem, na mesma nota.

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