Faz agora um ano que eu e o Luís Gagliardini Graça começámos a dar forma à primeira corrente de opinião dentro do CDS. Uma figura estatutária da autoria de Paulo Portas com o intuito de estimular a discussão interna e a busca de soluções para os problemas do país.

Nessa altura, todos aplaudiram e o congresso aprovou unanimemente essa novidade, sendo que logo alguns tentaram tornar numa realidade as tendências, como se passaram a designar.

Mesquita Nunes e Pires de Lima foram uns dos que tentaram criar uma corrente liberal, sem sucesso, não chegaram ao número necessário de assinaturas de militantes. As tentativas esmoreceram e ficou tudo por ali e nunca mais nenhuma se afirmou formalmente.

Agora, ao longo deste ano, conseguimos obter mais do que as assinaturas necessárias, percorremos o país onde nos foi possível ir e tomámos consciência da realidade profunda do Partido. Fomos bem aceites, afirmámos valores e príncipíos, trouxemos e re-aproximámos pessoas de novo ao CDS e fomos os primeiros a entregar um processo de formalização impecável.

Surge a corrente de opinião TEM – Tendência Esperança em Movimento, que pretende recolocar o ideário democrata cristão como ponto central da acção política do CDS, o que hoje não acontece. Não é uma crítica, é uma realidade, e, queremos legitimamente contribuir para influenciar o caminho, as políticas e as soluções. Não pode parecer mal a ninguém de bem!

Ficámos felizes e contentes, tinhamos conseguido aquilo que ainda ninguém tinha alcançado, serviço ao Partido e ao país, acrescentar valor, fazer acontecer e crescer, para sermos construção e parte da solução dos problemas que a todos dizem respeito.

Mas pasme-se… alguns daqueles que antes eram a favor das correntes de opinião, agora já não são! Afirmam-se contra porque não compreendem como uma tendência democrata cristã pode existir num partido democrata cristão e até querem, no próximo congresso, alterar os Estatutos e acabar com esta ideia, péssima, dizem eles! Que pensará Portas disto?

Para esses, a primeira coisa que se recomenda é que leiam os Estatutos, depois leiam a nossa Declaração de Princípios (www.temcds.org), para mais tarde perceberem que a afirmação dos nossos valores e princípios além de ser um catalisador da necessária reflexão doutrinária, política e social, se reveste da maior importância para o crescimento do CDS. É seguramente a novidade e o ponto de interesse depois da assumpção de Cristas como líder do CDS.

A razão de ser é atrair, de novo, ao CDS os quase 70% de abstencionistas que se desinteressaram da política, que já não acreditam e que precisam que lhes falem mais de uma forma doutrinária do que pragmática, pragmatismo esse que domina actualmente no CDS e que entendemos deve ser temperado com a razão de ser das coisas, a doutrina.

Assunção Cristas é a lider de todos os militantes do CDS, os mais ou menos pragmáticos, os mais ou menos doutrinários. Precisa de todos para ter sucesso e colocar o CDS como a verdadeira opção de Governo às esquerdas unidas e tornar o CDS, aos olhos dos eleitores, como o Partido que efectivamente nos poderá conduzir a um futuro promissor e positivo e não à incompetência, inépcia e catastrofismo da geringonça.

É da participação plena dos militantes e da vivacidade da sua militância que o CDS pode crescer. Limitar isso é asfixiar o Partido. Afinal, a TEM tem razão de ser!