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Temer diz que não há hipótese de anulação do impeachment

O presidente do Brasil afirma que a votação do Congresso foi “uma coisa avassaladora” a favor do impeachment, em termos de votação.
  • Adriano Machado / Reuters
18 Abril 2017, 08h18

O presidente do Brasil, Michel Temer, desvalorizou as notícias de que Eduardo Cunha determinou a abertura do processo de impeachment de Dilma Rousseff após não conseguir os votos do PT no processo que seria aberto contra si no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, informação que o chefe de Estado havia adiantado em entrevista à “TV Bandeirantes”.

Esta terça-feira à noite, Temer disse acreditar que não há possibilidade de anulação do impeachment por conta de um “ato de vingança” de Cunha. Em entrevista ao programa “SBT Brasil”, o presidente disse que “pelo regimento interno da Câmara, se o presidente da Câmara interferir no pedido de impedimento, há recurso no plenário”. “Com a margem muito significativa de votos que teve o impedimento, evidentemente se isso acontecesse, iria para o plenário e o plenário decretaria o início do impedimento. Estou apenas supondo hipóteses”, acrescentou.

Michel Temer afirmou que a votação do Congresso foi “uma coisa avassaladora” a favor do impeachment em termos de votação. “Se havia uma subjetividade dele [Eduardo Cunha] nessa direção, não foi o que comandou a decisão do plenário da Câmara e do Senado”, clarificou o governante brasileiro.

No dia anterior a estas afirmações, Temer explicou que Cunha falou com ele e disse que arquivaria todos os pedidos de impeachment contra Dilma Rousseff porque lhe tinham prometido os três votos do PT no Conselho de Ética. No entanto, a posição dos deputados petistas mudou e, com isso, a decisão de Eduardo Cunha também. “Por volta das três horas da tarde, mais ou menos, ele ligou-me a dizer: ‘Tudo aquilo que eu disse agora não conta, porque agora vou chamar a imprensa e vou dar início ao processo de impedimento’”, disse Temer.

O presidente do Brasil confessa ainda não estar preocupado com uma possível delação de Eduardo Cunha que possa envolvê-lo. “Não sei o que ele pretende fazer, não estou preocupado com o que ele venha a fazer. Espero que ele seja muito feliz. Espero que se justifique em relação a todos os eventuais problemas que tenha tido. Acho que ele foi um deputado muito atuante, muito eficiente no exercício da legislatura. Mas não sei o que ele vai fazer, não tenho que me incomodar com isso”.

O ex-presidente da Câmara está atualmente preso em Curitiba desde outubro do ano passado. Recentemente, Cunha foi condenado a 15 anos de prisão por corrupção, lavagem de dinheiro e evasão fiscal.

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