[weglot_switcher]

“Temos de ter mais grandes empresas”, defende CEO da Navigator

As oportunidades do Mercado de Capitais foram o mote de um painel que juntou João Manso Neto, CEO da Greenvolt; António Redondo Pereira, CEO da Navigator e Cristina Fonseca, General Partner da Indico Capital Partners.
  • Foto cedida
23 Maio 2023, 14h02

As oportunidades do Mercado de Capitais foi o mote de um painel que juntou João Manso Neto, CEO da Greenvolt; António Redondo Pereira, CEO da Navigator e Cristina Fonseca, General Partner da Indico Capital Partners.

O CEO da Navigator realçou a importância da dimensão das empresas. “Precisamos de muito maiores empresas. Temos de ter mais grandes empresas”, disse António Redondo Pereira.

“Portugal pode ser um player nos combustíveis sintéticos”, disse ainda o presidente da Navigator.

A dimensão das empresas também é relevante para os fundos de private equity interacionais investirem nas empresas portuguesas.

João Manso Neto também defendeu a importância de as empresas terem rating para poderem ir ao mercado de dívida internacional.

“No equity (capital) conseguimos chegar aos mercados internacionais, mas não no mercado de dívida”, alertou o CEO da Greenvolt.

“É um mito que em Portugal não há capital. Há”, defendeu ainda João Manso Neto.

Antes a “general partner” da Indico Partners tinha defendido que “um dos principais objetivos de uma startup é ir para a bolsa” e que apesar de haver “algum capital [em Portugal] para as fases iniciais”, o potencial do mercado é muito baixo para o que seria necessário. “Há imensos estudos que mostram que a Europa não tem capital suficiente para financiar as empresas, que acabam por ir para os EUA, acabam por ser listar lá e gerar retorno lá”, disse Cristina Fonseca.

As medidas de discriminação positiva nas empresas que recorram ao mercado de capitais foram defendidas no painel assim como a exclusão das medidas de discriminação negativa.

Segundo a Bloomberg, a Greenvolt, uma empresa de energia de biomassa, defende que o país deve reduzir a carga  fiscal sobre as empresas de capital aberto e sobre os investidores, se quiser atrair mais empresas para o mercado de ações.

“Se queremos encorajar o mercado de capitais, deve haver medidas muito mais fortes – reduzindo a carga tributária sobre os investidores e reduzindo as taxas de impostos sobre os emissores”, disse o CEO da Greenvolt, Manso Neto, em conferência organizada pelo regulador de valores mobiliários português, citado pela Bloomberg.

“Se queremos fomentar o mercado de capitais, temos que implementar medidas de redução da carga fiscal. Tem de haver medidas discriminatórias positivas”, avançou o CEO da Greenvolt alertando que “se não fizermos isso, daqui a um ano estaremos exatamente na mesma posição que estamos hoje”.

Manso Neto deixou ainda um alerta sobre a dependência do tecido empresarial face à banca: “Se amanhã houver uma redução do número de bancos em Portugal, temos um problema sério”, disse.

Em 2021, a Greenvolt tornou-se a última grande empresa a entrar em Bolsa, em Portugal, desde 2014. Atualmente é negociada no principal índice PSI, que tem apenas 16 cotadas e é um dos índices de referência de ações nacionais com menos títulos do mundo desenvolvido, contextualiza a Bloomberg.

A fechar a a Conferência Anual dedicada ao tema “Um futuro mais aberto ao mercado”, com o objetivo de promover a discussão e o conhecimento em torno do mercado de capitais ao serviço do crescimento e do desenvolvimento sustentável, esteve Inês Drumond, vice-presidente da CMVM.

Inês Drumond defendeu a importância do mercado de capitais (incluindo o venture capital) para o desenvolvimento da economia e para a dimensão das empresas. “O mercado de capitais é promotor do desenvolvimento económico”, frisou.

Inês Drumond realçou a importância da canalização das poupanças para a reafetação de recursos. “Não há mercado de capitais sem investidores, e é preciso de confiança para que as poupanças sejam canalizadas para o mercado de capitais”, defendeu.

A vice-presidente da CMVM destacou a importância da literacia financeira na tomada de decisão da canalização das poupanças.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.