Já com os dados finais do primeiro semestre dos reportes financeiros começamos a ter uma perspetiva mais clara do impacto da pandemia na Big Pharma. A análise feita pela EY mostra as seguintes tendências: a maior parte das grandes farmacêuticas mostram um impacto positivo nos proveitos e no controlo dos custos (muito relacionado com uma forte redução da atividade comercial) embora se note um agravamento fiscal, mas também uma tendência de menor liquidez no curto prazo e uma menor atividade de M&A. Não obstante o bom desempenho no primeiro semestre, os analistas reviram em baixa as estimativas de vendas até ao final do ano para muitas destas empresas. Outro foco por parte dos analistas tem sido compreender como as empresas deste setor se estão a adaptar ao contexto de pandemia. Ensaiam-se vendas diretas ao paciente, lançamentos virtuais de novos produtos, exploração de cadeias de distribuição alternativas, etc.

Do lado do paciente temos observado que a jornada através desta crise pandémica tem levado a alterações na forma como gerem os cuidados de que necessitam. Muitos evitaram ou adiaram consultas e exames, recorreram mais à tele-saúde, mas assumindo um papel mais ativo que não voltará à realidade pré-Covid19.

Por conseguinte, os prestadores de cuidados médicos podem e devem ajustar a forma como os cuidados podem ser prestados para benefício dos próprios e dos pacientes. Estes prestadores, cuja pandemia provocou uma redução na atividade, têm uma oportunidade única para construir melhores relações com os seus pacientes, e influenciar positivamente os seus comportamentos, motivando o retomar do atendimento não urgente de modo a evitar que este se torne urgente, mais caro, invasivo e até perigoso.

Esta pandemia tem-se mostrado um dos eventos mais disruptivos das últimas décadas. É imperativo utilizar as tecnologias disponíveis, reforçar o conhecimento em saúde e proteger a confiança dos pacientes, de modo a vencer os desafios que temos pela frente aproveitando as oportunidades que vão surgindo.