“Há coisas maiores e coisas menores. E o maior é o mais importante”. É deste modo que o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, desvaloriza a tensão entre Luanda e Lisboa, sobre o julgamento de Manuel Vicente, no caso da “Operação Fizz”.
Na segunda parte da entrevista ao jornal “Público” e à “Rádio Renascença”,Marcelo Rebelo de Sousa diz compreender a posição angolana sobre a “problemática relativamente a casos que ocorrem noutros países, (…) mas também tenho a certeza de que os irmãos angolanos são os primeiros a perceber que Portugal tem uma Constituição que eu votei, essa Constituição prevê o princípio da separação de poderes”.
Sobre a possibilidade da realização de uma cimeira com Angola até ao fim do seu mandato, o Presidente da República não revela expetativas. “Para mim é uma não questão, eu já disse várias vezes que estamos vocacionados (ou condenados no bom sentido) a estar juntos. É uma expressão muito utilizada em África: Estamos juntos”.
Marcelo Rebelo de Sousa relativiza o facto de não existirem visitas de Estado entre os dois países há vários anos e que a tensão entre Luanda e Portugal não o deixa preocupado. “Tive a oportunidade de receber responsáveis angolanos que foram e vieram. Isto de ter quase 70 anos e de ter visto muito e de ter aprendido com o muito que vi leva-me a relativizar aquilo que é verdadeiramente menor. E há coisas maiores e coisas menores. E o maior é o mais importante”.
O processo ‘Operação Fizz’ tem por base acusações a Manuel Vicente de ter alegadamente corrompido Orlando Figueira, ex-procurador do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) com o pagamento de 760 mil euros para que arquivasse dois inquéritos, por interferência de Paulo Blanco e Armindo Pires.
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