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Theresa May quer convidar Trump para uma visita que se prevê difícil ao Reino Unido

Londres e Washington sabem que a viagem é de risco, podendo ser alvo de enormes protestos. Mas, com o Brexit, o Reino Unido precisa de aumentar a exposição aos Estados Unidos.
  • Mark Makela / Reuters
26 Janeiro 2018, 00h19

A primeira-ministra britânica, Theresa May, aproveitou o seu encontro com o presidente norte-americano em Davos para o convidar a fazer uma visita à Grã-Bretanha no final deste ano – algo que o governo do Reino Unido tinha previsto há vários meses, mas que foi alvo de contestação de vários setores da sociedade.

Uma fonte do governo britânico, citada pelo jornal “The Guardian”, afirmou que Londres e Washington estão a preparar a viagem do presidente em comum – num quadro em que os britânicos colocam a hipótese de a presença de Trump no territórios ser alvo de fortes protestos. As medidas de segurança são, por isso, um dos mais importantes pontos da agenda das duas partes.

Num país onde a tradição ainda parece ser o que sempre foi, o jornal inglês recorda que os presidentes dos Estados Unidos têm geralmente de aguardar vários anos antes de serem convidados a fazer uma visita de Estado à Grã-Bretanha, que inclui uma receção cerimonial da Rainha no Horse Guards Parade, a inspeção de uma guarda de honra, uma viagem em carruagem e um banquete do Palácio de Buckingham.

É certo que as tradições também existem, entre outras razões, para serem quebradas, mas Trump tem o condão de fazer sempre tudo de forma pouco ponderada. Segundo o “The Guardian”, Trump cancelou no início deste mês uma viagem a Londres planeada para fevereiro – tendo arranjado um subterfúgio qualquer (a venda da antiga embaixada em Grosvenor Square por parte de Obama, um negócio que começou no tempo de George W. Bush), mas possivelmente por causa dos protestos que se adivinham.

Em Davos, Trump rejeitou a ideia de que as relações entre Washington e Londres tenham esfriado. Sentada ao lado de Thersa May, Trump disse que isso era “um falso rumor”: “Estamos no mesmo comprimento de onda, penso, em todos os aspetos”.

Trump classificou o seu relacionamento com Theresa May como “excelente”, acrescentando que “tenho um enorme respeito pela primeira-ministra e pelo trabalho que está a fazer. E acho que o sentimento é mútuo“.

A saída da Grã-Bretanha da União Europeia fez com que Theresa May estivesse interessada em negociar um novo acordo com os Estados Unidos, apesar das medidas protecionistas anunciadas por Trump. Mas, num sinal de que as negociações comerciais podem revelar-se longas e difíceis, a primeira-ministra queixou-se da decisão norte-americana de aumentar as tarifas aduaneiras sobre os aviões da Bombardier em parte fabricados em Belfast.

“Os dois líderes começaram por discutir a Bombardier, com a primeira-ministra reiterando a importância dos empregos da empresa na Irlanda do Norte”, disse um porta-voz do governo britânico. A questão do Irão e da luta contra o Estado islâmico foram outros temas da conversa entre ambos.

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