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Eleições Reino Unido: Theresa May vai tentar formar governo

A primeira-ministra estará com a Rainha Isabel II esta sexta-feira, para apresentar uma proposta de governo coligado, possivelmente com o Partido Unionista Democrático da Irlanda do Norte.
  • Reuters
9 Junho 2017, 10h29

A primeira-ministra Theresa May não abandona o cargo. A Conservadora vai pedir autorização à Rainha Isabel II para formar governo esta sexta-feira às 12h30, numa reunião do Palácio de Buckingham, segundo noticia a agência Press Association. No entanto, May terá de o fazer com o apoio de outro partido, que poderá ser o DUP – Partido Unionista Democrático da Irlanda do Norte.

Apesar de os Conservadores terem vencido as eleições, esta foi uma derrota para May. O partido no governo conseguiu apenas 317 dos 650 lugares em eleição no Parlamento, segundo as últimas projeções. Os trabalhistas de Jeremy Corbyn ficarão com 261 assentos parlamentares, o SNP de Nicola Sturgeon ficou com 35 lugares e os Lib-Dem liderados por Tim Farron conquistaram outros 12.

O grande problema é que os Conservadores perderam lugares e a maioria no Parlamento, uma situação que cria um hung parliament ou Parlamento suspenso. São necessários 326 deputados para formar governo no Reino Unido, pelo que Theresa May terá de apresentar uma solução governativa que implique uma coligação.

O Partido Unionista Democrático da Irlanda do Norte deverá ser a hipótese mais provável, segundo a SkyNews. O partido já tinha admitido a possibilidade de se coligar com os Conservadores, caso a eleição acabasse com um parlamento suspenso.

“Este é um resultado desastroso para o partido Conservador, que levanta questões sobre o futuro de Theresa May como primeira-ministra”, disse o economista sénior para assuntos europeus da Schroders, Azad Zangana, numa conferência sobre as eleições esta manhã.

A hipótese de um governo Conservador minoritário é vista por Zangana como uma solução “menos estável que terá de fazer cedências e procurar consenso até mesmo para introduzir alterações legislativas”. O economista acrescenta quanto ao Brexit que foram causados “danos sérios à posição de negociação do Reino Unido”.

A incerteza quanto ao futuro governativo no Reino Unido está a penalizar a moeda britânica. A libra deprecia-se nesta altura 0,73% para 1,27 dólares, depois de ter desvalorizado 2% depois das primeiras projeções. Já a bolsa britânica negoceia com ganhos ligeiros. O FTSE 100 não está a ser tão penalizado já que as empresas exportadores beneficiam da queda da libra. As yields das obrigações do Reino Unido a 10 anos também desceram cinco pontos base com os investidores a procurar refúgio nas bonds.

“É provável que se veja uma procura inicial por segurança nas ações do Reino Unido com os investidores a favorecerem empresas mais resilientes e com ganhos internacionais”, explicou ainda o gestor de fundos de ações britânicas da Schroders, David Docherty.

“Empresas de consumo mais sensíveis à economia doméstica, como é o caso do retalho, podem ser mais vulneráveis a uma libra fraca. O que acontece porque os movimentos cambiais influenciam as margens de lucro e o rendimento disponível real dos clientes. Outras ações financeiras domésticas, como bancos ou imóveis também podem ser enfraquecidas”.

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