Theresa May visita China para negociar novos acordos comerciais após o Brexit

A primeira ministra britânica aterrou hoje em Wuhan, no centro da China, acompanhada de 50 líderes empresariais britânicos, incluindo os presidentes da construtora automóvel Jaguar Land Rover e da farmacêutica AstraZeneca.

A primeira-ministra britânica, Theresa May, iniciou hoje uma visita oficial à China com o objetivo de negociar novos acordos comerciais, que poderão entrar em vigor após Inglaterra consumar a saída da União Europeia.

May aterrou hoje em Wuhan, no centro da China, acompanhada de 50 líderes empresariais britânicos, incluindo os presidentes da construtora automóvel Jaguar Land Rover e da farmacêutica AstraZeneca. A primeira-ministra britânica viajará depois para Pequim, onde reunirá na quinta-feira com o homólogo chinês, Li Keqiang, e o Presidente da China, Xi Jinping.

Antes de regressar ao Reino Unido, Theresa May visitará na sexta-feira Xangai, a “capital” económica da China. May espera assim dar um novo impulso à “era dourada” nas relações entre os dois países, anunciada durante a visita de Xi ao Reino Unido, em 2015. “Queremos ajudar os negócios britânicos a tirar vantagem das grandes oportunidades de negócio que existem na China”, afirmou May, na véspera do início da visita.

Reforçar os laços com a China, a segunda maior economia mundial, tornou-se ainda mais urgente para Londres após a vitória do ‘Brexit’ no referendo de 2016. A China desempenha um papel crucial nos planos do Governo para construir uma “Grã-Bretanha global”, através do estabelecimento de novos acordos comerciais e alianças diplomáticas por todo o mundo.

As exportações de Inglaterra para a China subiram no ano passado 60%, face a 2010, e Pequim deverá ser um dos principais investidores externos no Reino Unido, até 2020. Em dezembro passado, o ministro das Finanças britânico, Philip Hammond, esteve em Pequim a promover Londres como um centro para transações feitas na moeda chinesa, o yuan. Hammond anunciou ainda apoios no valor de 25.000 milhões de libras esterlinas (mais de 28.000 milhões de euros) para empresas britânicas envolvidas na iniciativa chinesa “Nova Rota da Seda”.

Lançada em 2013 pelo Presidente chinês, Xi Jinping, aquela iniciativa inclui uma malha ferroviária intercontinental, novos portos, aeroportos, centrais elétricas e zonas de comércio livre, visando ressuscitar vias comercias que remontam ao Império romano, e então percorridas por caravanas.

Um dos principais objetivos é criar uma ligação ferroviária de alta velocidade entre Pequim e Londres, que demoraria 48 horas a percorrer. May parece, no entanto, mais cautelosa em receber investimento chinês do que o seu antecessor David Cameron. Em 2016, a primeira-ministra britânica foi criticada por Pequim, após suspender temporariamente a autorização para construir no sul de Inglaterra uma central nuclear financiada pela China.

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