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Tomada de Mossul pode levar a mais atentados na Europa

Fonte dos serviços de inteligência de Espanha admitem a ameaça à Europa que representa a tomada do último reduto do Estado Islâmico no Iraque.
7 Novembro 2016, 12h47

Os serviços de inteligência e informação espanhóis alertam para a possibilidade de retaliação na Europa por parte do autoproclamado Estado Islâmico face às sucessivas perdas durante a ofensiva internacional sobre Mossul.

Segundo avança o jornal espanhol ABC, desde o início da ofensiva liderada pelo exército iraquiano, os terroristas islâmicos já perderam cerca de 40% do território que tinham sob controlo. Agora com a entrada das tropas iraquianas na cidade de Mossul, a tomada do último reduto do Estado Islâmico no Iraque pode estar a poucos passos de ser cumprir.

“Parece que se dá por recuperada a cidade de Mossul, quando essa operação não vai ser rápida, nem limpa nem agradável. O Estado Islâmico necessita que aconteçam coisas, e a cada dia há mais elementos concretos em cima da mesa que apontam para que se esteja a preparar um ataque”, salienta fonte dos serviços de inteligência espanhóis ao jornal e explica que esses ataques servirão como forma de combater a desmoralização entre as fileiras da organização terrorista.

Segundo as secretas espanholas, a ameaça está especialmente explícita no discurso feito por Abu Bakr al-Baghdadi na sua última mensagem aos jihadistas. “Não só pediu ao seu povo para resistir até ao fim, como pediu que tornem as noites dos incrédulos em dias para conseguirem causar estragos nas suas terras e fazer o seu sangue correr como rios”.

Os alvos mais previsíveis “seriam as multidões desprotegidas, e como se viu em Nice nem sequer é necessário que o terrorista leve armas para causar um grande dano, basta ter a determinação necessária”, informa o Centro Nacional de Inteligência (CNI) espanhol, destacando a importância das autoridades para garantirem o controlo de recintos como estádios, teatros, concertos ou meios de transporte.

Com a queda de Mossul, os especialistas temem que os mais de três mil combatentes da organização vindos de países ocidentais regressem aos seus países de origem ainda radicalizados e tragam os ideais da organização bem fixados, o que os torna num perigo iminente para as cidades ocidentais em que se instalarem.

O CNI dá conta ainda de que à semelhança do grupo terrorista al-Qaeda, será quase impossível derrubar o autoproclamado Estado Islâmico apenas com um combate militar, porque a sua base é religiosa. O ABC recorda que o derrube da al-Qaeda foi anunciado pelos EUA em 2003, quando na verdade o grupo continua a operar nos dias de hoje e controla ainda alguns territórios no médio Oriente e em África. Os especialistas acreditam que seja este também o destino reservado para o ISIS: a transformação numa organização clandestina, a sobreviver ilegalmente noutro regime.

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