[weglot_switcher]

Tony Blair diz que “o populismo explora o pessimismo” e tecnologia é chave para desmontá-lo

Diante de uma plateia com lotação esgotada, na Altice Arena, Tony Blair defendeu que a conjugação entre a política e a tecnologia é a chave para combater o populismo, que levou à saída do Reino Unido da União Europeia (UE). “O populismo explora o pessimismo” e essa é uma das razões pelas quais o Reino Unido está hoje a lidar com populismo de direita e populismo de esquerda, defendeu.
  • Piaras Ó Mídheach/Web Summit
6 Novembro 2019, 12h17

O antigo primeiro-ministro do Reino Unido, Tony Blair, voltou a subir ao palco no terceiro dia da Web Summit, para falar de tecnologia e globalização e do impacto que este dois conceitos tiveram (e têm) na vida das pessoas. Diante de uma plateia com lotação esgotada, na Altice Arena, Blair defendeu que a conjugação entre a política e a tecnologia é a chave para combater o populismo, que levou à saída do Reino Unido da União Europeia (UE).

Para Tony Blair, “o populismo explora o pessimismo” e essa é uma das razões pelas quais o Reino Unido está hoje a lidar com populismo de direita e populismo de esquerda. “Quando as pessoas estão pessimistas olham para o lado à procura de alguém a quem culpar”, defendeu, salientando, no entanto, que a tecnologia oferece às pessoas “uma série de oportunidades” que nos permitem “olhar com mais otimismo para o futuro”.

“A política ocidental está num estado deprimente. Parece que estamos numa competição para ver quem é o político mais doido (…) Eu sou otimista porque olho para a revolução tecnológica”, sublinhou.

O antigo primeiro-ministro britânico considera que “o mundo está diferente” e que os governos precisam de ser “mais ativos” a acompanhar os avanços tecnológicos. “Temos atualmente a revolução tecnológica numa sala e a política noutra”, afirmou, considerando que a “tragédia do Brexit é uma distração que nos impede de lidar com grandes desafios”, como a revolução tecnológica.

O ex-primeiro-ministro britânico já tinha defendido que, caso houvesse um segundo referendo no Reino Unido, “o resultado seria diferente” e afirmou que espera que o Brexit “não aconteça”. Sobre essa questão adiantou ainda que vai votar no Partido Trabalhista, nas próximas eleições, agendadas para 12 de dezembro, mas que “tal não significa que concorde com o rumo que o partido está a tomar”.

Tony Blair defendeu que há um longo caminho a percorrer no mundo da tecnologia e que esta tem muitas potencialidades que devem ser usadas para resolver problemas. É da tecnologia biométrica, que pode dar resposta aos problemas relacionados com a imigração, e dos avanços tecnológicos,como o 5G, que podem ser aplicados no setor da saúde, para aprimorar os cuidados que são prestados aos utentes.

O ex-governante sublinhou ainda que estes avanços tecnológicos devem vir acompanhados da regulação e defendeu que os Estados Unidos e a Europa devem andar de mãos dadas nesta matéria. “Os Estados Unidos e a Europa devem trabalhar juntos na esfera tecnológica, porque partilham os mesmos ideais de democracia liberal”, sustentou, acrescentando que “as próximas inovações devem obedecer à regulação, conceitos e valores em que acreditamos”.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.