Hillary Clinton, a antiga candidata à presidência dos Estados Unidos, instou a imprensa norte-americana a responsabilizar mais e a ter um maior escrutínio sobre um presidente que considera ser “um mestre da distração”. “Tornem-se mais espertos”, afirmou a antiga primeira-dama em entrevista ao jornal britânico “The Guardian”, esta sexta-feira.
Para Hillary Clinton a imprensa norte-americana “não sabe como cobrir que são mestres em manobras de diversão e distração”. “Acredito que vivemos um ciclo político em que a imprensa não sabe como cobrir esses candidatos que se colocam no centro das atenções todos os dias”, criticou.
Também o partido republicano, pelo qual Donald Trump se candidatou e venceu a corrida eleitoral à Casa Branca, foi alvo de repreensão da democrata, considerando que os republicanos “colapsaram perante Trump”, seguindo os “insultos e ataques do presidente [Donald Trump]”.
Donald Trump, o 45.º presidente dos Estados Unidos, é olhado por Clinton como um perito “a twittar, insultar e dominar o meio noticioso”, o que terá levado – segundo a democrata – a que chegasse a um ponto em que foi ignorada e deixou de ser questionada pela imprensa dos EUA, durante a última campanha eleitoral para a Casa Branca.
As afirmações de Hillary Clinton surgiram numa entrevista com o “The Guardian”, só hoje publicada mas realizada antes das eleições intermédias norte-americanas (para o Senado e para a Câmara dos Representantes), que faz parte de uma série especial de entrevistas a figuras políticas sobre a ascensão do populismo, na Europa e nos continentes norte e sul-americano.
“Em algum momento, a imprensa tem que tornar-se mais esperta, porque é sobretudo por ela que a maioria dos eleitores obtem informação”, disse Clinton, que lembrou a recente entrevista de Trump ao programa “60 Minutes” da CBS.
“Eu tenho uma grande estima pelo ’60 minutos’ e por Lesley Stahl, que é uma excelente jornalista”, salientou, antes de criticar que não foi feita “uma única pergunta” sobre a história do New York Times.
Em outubro, o “New York Times” publicou uma investigação que revelava uma investigação fiscal das autoridades nova-iorquinas à fortuna de Donald Trump, que, alegadamente, terá crescido graças a fugas ao fisco na gestão do que é a herança e o império imobiliário da família Trump.
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