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Trabalhadores da Lusa e RTP avisam: “Nenhuma agência noticiosa pode envolver-se em parceria privilegiada com uma rádio e televisão”

Os trabalhadores da Lusa e da RTP reuniram-se para avaliar as notícias sobre o projeto estratégico 2021-2023 apresentado pela nova dupla de administradores da RTP Nicolau Santos e Hugo Figueiredo e dizem que “o futuro da Lusa não pode ser decidido por um gestor que faz parte do passado da agência”.
12 Abril 2021, 17h16

As comissões de trabalhadores da Lusa e da RTP defendem que uma relação preferencial com a estação pública iria pôr em causa a prestação dos seus serviços a todos os outros órgãos de comunicação social, sustentando que “a autonomia editorial da Lusa deve ser defendida contra qualquer reorganização de instalações que coloque a agência noticiosa no espaço físico de alguma outra entidade”.

“Nenhuma colaboração editorial da Lusa com qualquer outra entidade pode fazer-se à custa da sua autonomia, independência e isenção. Definir para a Lusa, sob o pretexto de exploração de “sinergias”, uma relação preferencial com a RTP iria pôr em causa a prestação dos seus serviços a todos os demais órgãos de comunicação social”, afirmam as comissões de trabalhadores da Lusa e da RTP, num comunicado conjunto.

Em causa estão as notícias sobre o projeto estratégico 2021-2023 apresentado pela nova dupla de administradores da RTP Nicolau Santos e Hugo Figueiredo, que prevê “explorar sinergias” com a agência Lusa “na área da gestão de espaços e na colaboração editorial”.

As duas comissões reuniram-se para avaliar as notícias avançadas sobre as “sinergias”, que dizem ser “de contornos ainda vagos”, mas “diriam respeito à colaboração entre ambas as empresas na área editorial e na área de utilização de instalações” e vincam que “nenhuma agência noticiosa pode envolver-se em parceria privilegiada com uma rádio e televisão em detrimento das entidades que veem essa rádio e televisão como concorrente. Se o fizesse, iria prejudicar-se a si própria e iria prejudicar todas as entidades que até agora têm podido contar com o seu serviço”.

“O futuro da Lusa não pode ser decidido por um gestor que faz parte do passado da agência: esse futuro, como o de qualquer serviço público, tem de ser preocupação do poder político. O Governo não pode por isso permitir que os problemas de financiamento da Lusa sejam resolvidos sacrificando as condições para o exercício de um serviço público imprescindível”, defendem.

Para os trabalhadores “nenhuma colaboração editorial da Lusa com qualquer outra entidade pode fazer-se à custa da sua autonomia, independência e isenção”, pelo que “definir para a Lusa, sob o pretexto de exploração de “sinergias”, uma relação preferencial com a RTP iria pôr em causa a prestação dos seus serviços a todos os demais órgãos de comunicação social”, acrescentando que “a autonomia editorial da Lusa deve ser defendida contra qualquer reorganização de instalações que coloque a agência noticiosa no espaço físico de alguma outra entidade, coabitando em união de facto, dependente e potencialmente promíscua”.

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