Trabalhadores querem produção de novo modelo da Peugeot Citroen em Mangualde

O porta-voz da Comissão de Trabalhadores da PSA Peugeot Citroen de Mangualde, Jorge Abreu, reivindicou hoje para a fábrica de Mangualde a produção do novo modelo K9 e a manutenção dos postos de trabalho. “A comissão instituiu dois pontos obrigatórios: a manutenção dos postos de trabalho e a vinda do novo modelo K9 para Mangualde. […]

O porta-voz da Comissão de Trabalhadores da PSA Peugeot Citroen de Mangualde, Jorge Abreu, reivindicou hoje para a fábrica de Mangualde a produção do novo modelo K9 e a manutenção dos postos de trabalho.

“A comissão instituiu dois pontos obrigatórios: a manutenção dos postos de trabalho e a vinda do novo modelo K9 para Mangualde. Só assim teremos a garantia da continuidade da produção e a viabilidade da fábrica de Mangualde”, alegou.

No final de uma reunião com a administração da PSA Peugeot Citroën de Mangualde, o porta-voz dos trabalhadores sublinhou que a produção do novo modelo K9 – que vem substituir o Citroën Berlingo e Peugeot Partner produzido em Mangualde – foi indicada para a fábrica de Vigo.

“A direção transmitiu-nos que para Mangualde vir a ser um complemento à produção desta viatura, o grupo obriga a que sejam criadas condições mais flexíveis. Foram feitas algumas propostas, mas, no nosso entender, estas são muito gravosas e penalizadoras, pois já existe uma discrepância muito grande ao nível das remunerações entre o centro de Vigo e o de Mangualde”, acrescentou.

Em discussão esteve também o processo de reestruturação da empresa, que prevê um plano de saídas voluntárias, no âmbito de um “plano de produtividade e racionalização de custos”.

“Foi-nos dito que este plano, em vigor desde segunda-feira, não tem um número de trabalhadores estabelecido. No entanto, há uma cláusula que diz que o plano vai vigorar enquanto houver um excesso de trabalhadores, de forma a atingirem o nominal de produção”, referiu.

O representante dos trabalhadores garante que “a negociação está a ser acompanhada com muito cuidado” e que ainda não há qualquer saída acertada, pedindo “muita ponderação aos colegas que manifestem interesse na saída”.

“Somos uma empresa com uma média de idade a rondar os 40 anos, o que é uma idade jovem para saída do mercado de trabalho. Se saem com a perspetiva de emigrar ou com outro trabalho, será uma decisão objetiva, mas não devem ser tomadas decisões de ânimo leve ou cabeça quente, para não criar dificuldades futuras”, alertou.

A reunião serviu ainda para “pedir à direção que fosse analisado em pormenor, em todos os setores, se existe, de facto, um acréscimo de trabalhadores”.

“O que ouvimos por parte dos trabalhadores é que eles trabalham ao ritmo limite, mesmo no vermelho, porque tem sido exigida escala máxima, daí pedirmos esta análise”, justificou, informando ainda que ficou agendada nova reunião para quinta-feira.

Na segunda-feira, a PSA Peugeot Citroën de Mangualde lançou um plano de saídas voluntárias, no âmbito de um “plano de produtividade e racionalização de custos”.

Em comunicado, referiu que, “tendo em vista um posicionamento competitivo no seio do grupo PSA que lhe permita ganhar a atribuição de novos veículos que substituam os atuais modelos quando chegarem ao fim do seu ciclo de vida, tem em desenvolvimento, à semelhança de outras fábricas na Europa, um plano de produtividade e racionalização de custos” que prevê “uma diminuição gradual de efetivos”.

A PSA garantiu estar “a trabalhar ativamente no sentido de aumentar o número de fornecedores nacionais e, também por essa via, diminuir custos e contribuir para a criação de emprego indireto e para aumentar a criação de valor nacional”.

“A PSA de Mangualde está instalada em Portugal há 52 anos e tudo fará para continuar a defender a sua longevidade”, frisou.

OJE/Lusa

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