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Transformação ecológica da indústria siderúrgica tem custos elevados

A indústria, cujo processo de transformação permanece inalterado há 200 anos, pretende agora fazer uma transformação para ser mais ecológica, mas o investimento para esta transição é muito elevado.
  • Stringer/Reuters
25 Maio 2023, 11h30

A indústria siderúrgica é a que mais gases com efeito de estufa lança para a atmosfera, sendo responsável por cerca de 8% das emissões globais, de acordo com o relatório divulgado pela Crédito y Caución. O processo utilizado por esta indústria continua inalterado há 200 anos.

Segundo o mesmo relatório, existem fortes evidências de que esta indústria quer dar passos firmes na redução das suas emissões, mas o impulso não é igual em todos os mercados. Uma das razões mais comuns para este impasse são os custos de eletricidade, os níveis de capital gastos para realizar esta transição de fábricas siderúrgicas para carbono neutro, as reduzidas margens do sector e as tensões geopolíticas.

O processo de fabricação passa pela fundição do ferro em altos-fornos, alimentados por metal e a carvão. A passagem para o aço verde fundido nos fornos alimentados por energias renováveis é viável, mas exige um investimento de capital significativo.

Para muitos mercados, o desafio não consiste apenas no investimento e na obtenção de energia verde, mas sim em saber se as redes nacionais têm capacidade para fornecer eletricidade verde suficiente para alimentar as fábricas. Isto cria um novo desafio, que passa por assegurar a sustentabilidade na totalidade da cadeia de fornecimento.

Robert Leportier, responsável de crédito comercial da empresa da indústria de aço, ArcelorMittal, lembrou que “a indústria de aço continua a utilizar hoje a mesma tecnologia que usava no século XIX, o que significa que a produção de aço continua a ser feita a partir do ferro e do carvão em grandes fornos. Amanhã temos de nos focar numa mudança drástica da tecnologia, para que a produção passe a utilizar fornos elétricos e a usar aço reciclado alimentado por gás, numa primeira etapa, e mais tarde por hidrogénio”.

Muitos sectores que utilizam aço procuram, cada vez mais, utilizar aço ecológico, como acontece no sector automóvel, mas também no âmbito da produção de turbinas eólicas. Esta procura dá uma vantagem competitiva aos produtores de aço ecológico em relação aos fabricantes que sejam mais lentos a realizar esta transição.

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