A EY publicou recentemente o 2021 EY Global Insurance Outlook. Os EY Global Insurance Outlooks são relatórios anuais que refletem a nossa perspetiva sobre a posição atual da indústria e onde a mesma deve estar nos próximos 18 a 24 meses, com base na reflexão da nossa equipa de Seguros e na nossa relação próxima com seguradoras presentes no mercado global.

Neste artigo resumo as três dimensões que resultam da reflexão realizada em 2021 e que são essenciais para as seguradoras criarem valor para si mesmas e para a sociedade como um todo:
1 Redefinir e aperfeiçoar o seu propósito na definição da direção estratégica
2 Transformar o negócio para ser mais ágil, digital e centrado no cliente
3 Criar valor através da otimização dos custos de gestão e alocação do capital

 

Redefinir e aperfeiçoar o propósito na definição da direção estratégica
Nunca houve uma época em que o mundo precisasse tanto de um setor de seguros fortemente robusto como agora. Mas, para enfrentar o momento e retornar ao crescimento, as seguradoras devem racionalizar e repensar as suas estratégias: que produtos oferecem, como operam e quais os mercados em que atuam. Acreditamos que o propósito e o valor a longo prazo são as melhores “lentes” para essa tarefa crítica.

Neste contexto são vários os imperativos identificados, dos quais destaco:
n Realizar stress-tests ao propósito atual, considerando um cenário pandémico, mas também as questões sociais e as alterações climáticas
n Desenvolver ofertas de produtos direcionados para a poupança e/ou para situações de protection gap de segmentos específicos de clientes
n Definir medidas para orientar a alocação do capital e controlar o impacto das políticas e ações motivadas pelo propósito

 

Transformar o negócio para ser mais ágil, digital e centrado no cliente
Os esforços de transformação devem focar-se em tornar a organização mais ágil, digital e centrada no cliente. Operações mais ágeis e recursos digitais mais fortes ajudarão a atender às expectativas dos clientes de uma forma rápida e personalizada.

Dos imperativos elencados no estudo destaco os seguintes:
• Expandir drasticamente a recolha de dados de terceiros por parte da seguradora, de modo a melhorar a subscrição, o marketing e outros objetivos
• Criar ou participar em serviços, plataformas e ecossistemas digitais que conduzam a um maior envolvimento do cliente e gerem nova procura
• Desenvolver novos recursos que podem ajudar os clientes a personalizar produtos padrão

 

Criar valor através da otimização dos custos de gestão e alocação do capital
As seguradoras devem procurar gerar retornos mais sólidos para os acionistas e mais valor para os clientes. Ao otimizar simultaneamente as estruturas de custo e priorizar estrategicamente os investimentos, as seguradoras serão capazes de salvaguardar ambos os objetivos. No entanto, o contexto económico, as taxas de juros baixas e a pressão significativa sobre o capital e a liquidez exigem escolhas difíceis. Assim, todas as opções devem estar na mesa: automação, desinvestimento, reestruturação e externalização.

A eficiência de custos deve ser vista como um princípio de design operacional que liberta fundos para a transformação contínua e abre novos caminhos para o crescimento.

Destaco neste contexto os seguintes imperativos para seguradoras:
n Expandir exponencialmente a adoção da cloud nos próximos 24 meses
n Reavaliar a produtividade à luz de modelos de trabalho híbridos, maior automação e alterações na composição da força de trabalho
n Racionalizar portfolios de produtos, de negócio e de operações geográficas para libertar capital para um maior investimento em inovação

O 2021 EY Global Insurance Outlook apresenta ainda um overview do mercado em 2021, em particular, uma visão do mercado de capitais e como a pandemia por COVID-19 alterou as necessidades dos clientes. Assim, para navegar nesta matriz multidimensional de riscos e oportunidades, é necessário um pensamento ainda mais ousado e criativo nos níveis de topo das organizações.