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Tratamento do VIH em farmácias poderá ser alargado a todo o país

O secretário de Estado da Saúde, Fernando Araújo, considera que o projeto-piloto de dispensa de medicamentos hospitalares nas farmácias comunitárias, que começou no ano passado, “está a correr bem”.
  • Universidade de Coimbra
    Foto cedida
5 Julho 2018, 07h56

O projeto-piloto que permite aos doentes com VIH fazer os tratamentos em farmácias mais próximas de si poderá ser alargado a todo o país, anunciou esta quinta-feira o secretário de Estado da Saúde.

Em entrevista à agência Lusa, o secretário de Estado da Saúde, Fernando Araújo, afirmou que o projeto-piloto de dispensa de medicamentos hospitalares nas farmácias comunitárias, que começou no ano passado, “está a correr bem”.

Esta medida, que ainda está a ser testada apenas em Lisboa, veio permitir aos utentes escolher se queriam continuar a receber os tratamentos no hospital ou numa farmácia próxima de casa ou do trabalho.

“O objetivo é abrir este projeto ao país todo e, de forma faseada e progressiva, outras farmácias hospitalares vão poder trabalhar com farmácias comunitárias”, anunciou.

Mas primeiro será necessário avançar com a formação de mais farmacêuticos para garantir que o alargamento do projeto é feito com toda a segurança, observou o governante.

Segundo o secretário de Estado, “as pessoas estão confiantes”, houve um aumento de aderentes ao projeto e “os tratamentos estão a correr como esperado”.

Fernando Araújo disse que optar por uma farmácia comunitária “é tão eficaz como fazer (o tratamento) no hospital” e, por isso, o Ministério da Saúde está empenhado em “continuar este percurso e alargar a todo o país”.

“Queremos iniciar nos grandes hospitais, no norte e no centro, e depois disseminar no resto do país”, revelou, acrescentando que no último trimestre será alargado a outras regiões do país.

Segundo números avançados pelo responsável, muito em breve, mais de trezentas pessoas estarão a beneficiar desta medida, que será alvo de avaliação em setembro.

O projeto foi criado para garantir que as pessoas não interrompiam a medicação, o que por vezes acontece, principalmente entre os utentes com mais dificuldades económicas, que por vezes deixam de se deslocar à farmácia hospitalar, explicou.

Esta é mais uma medida que poderá aumentar a percentagem de doentes em tratamento.

Atualmente, mais de 90% das pessoas com VIH estão diagnosticadas e mais de 90% das que estão em tratamento já não transmitem a infeção, segundo dados avançados à Lusa pelo secretário de Estado.

Portugal tinha até 2020 para conseguir atingir aqueles dois objetivos definidos pelo programa das Nações Unidas para o VIH/sida (ONUSIDA), que define ainda um outro objetivo: ter 90% dos doentes diagnosticados em tratamento.

Os últimos dados disponíveis, relativos a 2016, indicam que 87% dos doentes diagnosticados estão em tratamento.

Estes números serão apresentados hoje durante a conferência que contará com a presença do Coordenador do Programa de Doenças Transmissíveis da Organização Mundial de Saúde, Masoud Dara.

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