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Tripulantes de cabine portugueses da Ryanair anunciam greve

As condições de trabalho e a forma como a empresa irlandesa trata os seus colaboradores leva os tripulantes de cabine portugueses à greve. O rol de queixas é extenso mas a Ryanair recusa o diálogo.
15 Fevereiro 2018, 18h51

Os tripulantes de cabine da empresa de aviação Ryanair revelam esta quinta-feira que mandataram a direção do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) para convocar até três dias de greve, a realizar na última quinzena do mês de março e até 3 dias a realizar na primeira quinzena do mês de abril de 2018, adiantam em comunicado. A greve manter-se-á “caso não haja uma alteração imediata e substancial das práticas empresariais que prejudicam gravemente os direitos dos tripulantes de cabine”.

A moção aprovada na assembleia geral refere que “é de toda a legitimidade os tripulantes de cabine ao serviço da Ryanair exigirem o cumprimento da Constituição da República Portuguesa”, o que não acontece no caso da empresa lowcost, “mesmo após os diversos avisos feitos pelo SNPVAC”.

As condições de trabalho na Ryanair “têm-se deteriorado nos últimos anos, nomeadamente o aumento do bullying, processos disciplinares abusivos, condicionamento psicológico dos tripulantes, ameaças de transferência de base em caso de não cumprimento dos objetivos de vendas e o total desrespeito pelas leis da parentalidade portuguesa”, tornando a situação laboral na empresa insustentável.

Por outro lado, acusam ainda os tripulantes de cabine, “a Ryanair não paga um salário base mensal mínimo garantido em Portugal” aos membros daquela classe profissional contratados pelas agências Crewlink e Workforce”, só admitindo pagar esse salário mensal mínimo garantido “se os tripulantes de cabine aceitarem uma redução salarial”, numa empresa que mantém contratos precários há mais de dez anos.

O comunicado refere ainda que a Ryanair “tem adiado reiteradamente o diálogo com os representantes sindicais dos tripulantes de cabine, apesar de o SNPVAC ter desenvolvido “todos os esforços possíveis para resolver o conflito com a empresa de forma pacífica.

Neste quadro, e para além da convocação da greve, os tripulantes de cabine da empresa irlandesa pedem ao sindicato que continue “a desenvolver todos os esforços perante a Ryanair e restantes entidades nacionais no sentido de garantir o cumprimento integral do direito constitucional e laboral português e exigir à Ryanair um compromisso cabal que coloque um fim à cultura de bullying e pressão desmesurada sobre os seus tripulantes”.

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