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Tropas francesas contrariam decisão de Trump e permanecem na Síria

A França tem cerca de mil soldados no Iraque e na Síria, fornecendo apoio em logística, treino e artilharia pesada. A presença francesa na Síria também inclui dezenas de forças especiais, assessores militares e alguns funcionários de escritórios estrangeiros.
20 Dezembro 2018, 11h54

As tropas francesas vão “permanecer” militarmente envolvidas na Síria, disse esta quinta-feira a ministra dos Assuntos Europeus francesa, Nathalie Loiseau, após o anúncio da retirada das tropas dos Estados Unidos estacionadas naquele país em guerra.

A França é um dos principais membros da coalizão liderada pelos EUA que combatem militantes na Síria e no Iraque e tem cerca de mil soldados, incluindo forças especiais baseadas no norte do país, posicionadas ao lado de forças locais curdas e árabes.

Diplomatas franceses disseram à ”Reuters” na quarta-feira que a decisão do presidente Donald Trump de retirar todos os seus dois mil soldados da região apanhou Paris de ”surpresa”. As autoridades dos EUA, e o próprio presidente norte-americano, justificaram a decisão dizendo que o Estado Islâmico fora totalmente derrotado.

“A luta contra o terrorismo não acabou”, declarou Nathalie Loiseau, referindo-se ao “ataque terrorista em Estrasburgo”, no nordeste da França, que na semana passada matou cinco pessoas e feriu outras 11, algumas destas ainda em estado grave. “Por enquanto, é claro que estamos na Síria porque a luta contra o Estado Islâmico é essencial”, declarou.

A França é especialmente sensível à ameaça do Estado Islâmico após vários ataques no seu solo nos últimos anos. Centenas de franceses se juntaram ao grupo na terrorista. A ministra da Defesa, Florence Parly, reconheceu no Twitter que o grupo militante foi enfraquecido e perdeu cerca de 90% de seu território, mas disse que a batalha ainda não acabou.

“O Estado Islâmico [EI] passou à clandestinidade e em modo de insurreição na forma de combate. O EI perdeu mais de 90% do seu território e não tem a mesma logística que tinha no passado”, disse a ministra das Forças Armadas.

Segundo fonte diplomáticas francesas, o presidente Emmanuel Macron conversou com Trump na quarta-feira sobre o assunto. Em abril, quando Trump fez o primeiro anunciou de uma possível retirada dos EUA, Macron insistiu que o líder americano deveria permanecer no país, sublinhado a ameaça do Irão na região.

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