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Tropeçar no futuro

O astrofísico David Sobral, vencedor em 2004 do concurso “Jovens Cientistas”, resume o sentimento de participar num concurso que lhe permitiu descobrir o caminho que o levou “mais longe” e a “fazer descobertas fantásticas”.
25 Agosto 2019, 13h01

David Sobral, a estrela maior da equipa de astrónomos que há cerca de quatro anos descobriu a CR7, a galáxia mais brilhante do universo primordial, começou a sua extraordinária viagem pelo mundo da ciência e da investigação no concurso “Jovens Cientistas”.

“Permitiu-me perceber que a Ciência não nos dá certezas nem verdades, mas antes ferramentas para iluminarmos as sombras e construirmos novos caminhos. E perceber que, juntos, ou nos ombros uns dos outros e alimentados pela nossa curiosidade, podemos sempre ver mais longe e fazer descobertas fantásticas”, descreve o astrofísico e professor da Universidade de Lancaster.

Em 2004, David Sobral venceu o concurso “Jovens Cientistas”, que não pára de crescer e que em 2019 chegou à 27.ª edição. Perto de 250 jovens cientistas e investigadores, com muitos tubos de ensaio explosões controladas, estiveram este ano na Alfândega do Porto. Uma oportunidade para mostrarem as suas criações, disputarem prémios e conquistarem a possibilidade de representar Portugal em diversas competições internacionais.

Os projetos rondaram uma centena, envolveram 11 áreas – Bioeconomia, Física, Biologia, Ciências da Terra, Ciências do Ambiente, Ciências Médicas, Ciências Sociais, Engenharias, Informática/Ciências da Computação, Matemática e Química –, contaram com a orientação de 61 professores e colheram a admiração de dois ministros. Tiago Brandão Rodrigues, da Educação, e Manuel Heitor, da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior marcaram presença na iniciativa organizada pela Fundação Portuguesa da Juventude, em colaboração com a Ciência Viva – Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica.

O Concurso “Jovens Cientistas” está atualmente integrado na Mostra Nacional de Ciência, que assinalou este ano a sua 13.ª edição. Em conjunto, as duas iniciativas têm a missão de promover o desenvolvimento de projetos científicos inovadores nas escolas, incentivar o empreendedorismo qualificado e reforçar a relação entre o tecido económico e empresarial com o conhecimento científico e tecnológico.

A “dinâmica” criada pelo concurso e pela mostra têm sido muito positiva, como realça Carla Mouro, presidente da Fundação Portuguesa da Juventude, ao Educação Internacional. “Quando chegámos a esta função, a primeira pergunta que me fiz foi: ‘onde andam os vencedores das edições anteriores…?”. Foi o pontapé de saída para o lançamento em 2018 de uma rede mundial de 25, que reúne jovens cientistas como David Sobral, que hoje dão cartas na ciência e tecnologia mundial, e que ainda rapazinhos descobriram o futuro neste concurso”.

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