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Trump cancela viagem a Davos e culpa “intransigência” dos democratas face ao muro com o México

Trump cancelou a ida a Davos, por causa da “intransigência” dos democratas. A administração federal dos EUA continua paralisada, uma vez que a oposição a Trump não viabiliza a construção do muro. Em resposta, Trump empreendeu uma ‘jogada de marketing’.
11 Janeiro 2019, 10h00

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou esta quinta-feira que não participará no Fórum Económico Mundial de Davos, que decorre de 21 a 25 de janeiro na Suíça, se continuar a paralisação parcial (shutdown) da administração federal, que já dura há vinte dias. O anúncio surgiu horas antes de ter iniciado uma campanha de propaganda apelando à necessidade de construção do muro na fronteira com o México, que é o principal motivo para o shutdown.

“Por causa da intransigência dos democratas sobre a [norma de] Segurnça Fronteiriça e pela grande importância da segurança da nossa nação, cancelo respeitosamente a minha importante viagem até ao Fórum Económico Mundial, em Davos, Suiça”, escreveu Trump na sua conta de Twitter.

O shutdown do governo já 380 mil funcionários federais sem emprego e 420 mil a trabalhar sem remuneração. Trump admitiu na quinta-feira mais uma vez a possibilidade de declarar emergência nacional para ativar poderes extraordinários se não conseguir chegar a acordo com os democratas.

Se a atual paralisação continuar até domingo será a maior de sempre na história da política norte-ameriana. Até agora, o shutdown mais longo da história foi de 21 dias, entre o final de 1995 e início de 1996, durante a presidência de Bill Clinton.

A ausência de Donald Trump poderá ser notada em, Davos, uma vez que o Fórum Económico Mundial reúne os principais líderes políticos e empresariais do mundo. E é em Davos que muito das agendas para diversos setores são sondadas.

Em 2018, a ida de Trump a Davos provocou bastante burburinho mediárico, sobretudo, pelos ataques do presidente norte-americano aos jornalistas; pelo discurso onde abordou o conceito America First.

Shutdown ‘obriga’ a propaganda
A paralisação parcial do governo norte-americano dura há já vinte dias e, com o impasse nas negociações orçamentais com os democratas sem fim à vista, ao cancelamento da ida de Trump a Davos acresce a campanha de propaganda iniciada, ontem, pelo presidente norte-americano. Numa visita à fronteira com México, no Texas, Doanld Trump apelou à necessidade da construção do muro e culpou, novamente, a oposição pelo shutdown, uma vez que estes não viabilizam a sua construção por via de uma nova norma sobre segurança fronteiriça. No Texas, o presidente norte-americano voltou a ameaçar recorrer à declaração do estado de emergência nacional.

Ao deixar a Casa Branca para a localidade de McAllen, no Estado do Texas, Trump disse aos jornalistas que preferia trabalhar com o Congresso num acordo para acabar com a paralisação, do que ter que recorrer ao poder presidencial para contornar o Congresso se não houver acordo. “Eu tenho o direito absoluto de declarar uma emergência nacional “, afirmou Trump. “Ainda não o fiz, mas posso fazê-lo”, acrescentou.

Em McAllen, o presidente dos EUA participou numa mesa redonda com funcionários públicos e cidadãos daquela região para discutir a necessidade de um muro na fronteira com o México. Sem fornecer provas factuais, Trump afirmou que um muro na fronteira reduziria o crime.  Mais tarde, noutra localidade, em Mission, acompanhou as autoridade numa ação de patrulhamento junto da fronteira.

Tudo foi partilhado no principal meio de comunicação direta do presidente norte-americano, a sua conta pessoal de Twitter.

 

 

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