Trump defende reintrodução da tortura: “Devemos combater o fogo com o fogo”

O novo inquilino da Casa Branca pondera o retorno de técnicas de tortura, como o waterboarding (afogamento simulado), para combater o terrorismo radical.

Jonathan Ernst/REUTERS

O novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, admite a possibilidade de vir a reverter a proibição de técnicas de tortura como o waterboarding (afogamento simulado). Determinado a “manter o país seguro”, o líder norte-americano defende que a única maneira de dar resposta aos ataques terroristas é “combater o fogo com fogo”.

Na sua primeira entrevista à ABC News desde que tomou posse, Donald Trump defendeu que “não estamos a jogar num campo equilibrado” na guerra contra o terrorismo. O multimilionário promete levar em conta as avaliações do secretário da Defesa, James Mattis, e do diretor da CIA, Mike Pompeo, sobre o que pode ser feito “legalmente” para reforçar a segurança no país. E, neste tema, o alvo principal é o autoproclamado Estado Islâmico.

“Quando eles cortam as cabeças de pessoas só porque estas são cristãs no Médio Oriente, quando o ISIS [autoproclamado Estado Islâmico] está a fazer coisas de quem ninguém tinha ouvido falar desde os tempos medievais, pensaria fortemente sobre waterboarding [afogamento simulado]?”.

A pergunta, feita em tom retórico, é respondida logo de seguida pelo governante. “No que me diz respeito, temos de combater o fogo com fogo”. E acrescenta: “Tenho falado com pessoas dos mais altos níveis da comunidade de serviços de informação e colocado a pergunta: ‘Funciona? A tortura funciona?’ e a resposta tem sido ‘Sim, absolutamente’”.

Durante a campanha às presidenciais, Donald Trump revelou a intenção de tomar métodos como o waterboarding “e outros mais duros” para se interrogarem suspeitos de terrorismo. A prática de waterboarding consiste em simular um afogamento, através do derrame de água para o rosto, coberto com uma toalha, aos interrogados.

As práticas de waterboarding, muito populares durante o mandato de George W. Bush e a sua “guerra ao terror”, foram banidas durante a administração Obama, em 2009.

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