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Trump falha substituição do Obamacare 

A primeira grande oportunidade para uma vitória legislativa por parte do Partido Republicano dos EUA caiu por terra. Na passada segunda-feira, o líder da maioria do Senado revelou que o partido de Donald Trump não irá substituir o Obamacare, uma das bandeiras da campanha de Trump. 
  • Kevin Lamarque/REUTERS
18 Julho 2017, 12h56

A Administração de Donald Trump sofreu uma pesada derrota quando, na passada segunda-feira, o Partido Republicano decidiu abandonar os seus esforços para substituir sistema de saúde conhecido por Obamacare, virando-os para uma nova estratégia: revogar o Obamacare. Ainda que não tenham nenhuma alternativa para oferecer aos americanos.

A decisão foi anunciada por Mitch McConnell, líder da maioria no Senado, depois de mais dois senadores (Mike Lee, do Utah, e Jerry Moran, do Kansas) terem revelado que não apoiariam a proposta de lei, deixando o partido sem os votos necessários para conseguir a aprovação, uma semana após a declaração de oposição de outros dois senadores. “Lamentavelmente, é aparente que o esforço para revogar e substituir imediatamente o falhanço que é o Obamacare não será bem-sucedido”, disse McConnell.

Recorde-se que esta foi uma das grandes bandeiras da campanha de Trump à presidência dos EUA, mas, após seis meses, os Republicanos concederam serem incapazes de cumprir. Este resultado embaraça um partido que tem sido assolado por várias cisões internas, com as diferenças entre conservadores e moderados a impedir a passagem no Senado da legislação necessária naquela que se preparava para ser a primeira vitória legislativa do partido desde que Trump chegou à presidência. Além disso, esta derrota tornará também mais difícil a aprovação dos cortes fiscais planeados por Trump, algo a que os mercados já estão atentos, com Wall Street a dar conta dos receios dos investidores.

A intenção dos Republicanos continua a ser a de revogar inteiramente o Obamacare, mas agora com um período de transição de dois anos, o que poderá dar ao partido o tempo necessário para encontrar uma forma de substituir este programa, algo que até agora foi impossível. No entanto, estes dois anos de hiato poderão levar a que muitas empresas dedicadas aos seguros de saúde, deixem o país, uma vez que não existirá forma de se manterem sustentáveis, dizem especialistas citados pelo Financial Times.

Curiosamente, meia hora antes do anúncio oficial de McConnell, Donald Trump havia postado no Twitter que os republicanos deveriam revogar já o Obamacare e trabalhar numa solução “de raiz”. E acrescentou que os democratas se juntariam a estes esforços, algo que a maioria do Congresso acredita ser altamente improvável.

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