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Trump fecha a porta a “dreamers”, mas abre janela de seis meses para nova lei

Donald Trump vai acabar com o programa DACA de proteção a emigrantes lançado por Obama, colocando um ponto de interrogação sobre o futuro de cerca de 800 mil jovens emigrantes. Para tentar agradar ao Congresso, o presidente concedeu a este órgão um prazo de seis meses para produzir nova legislação.
  • Kevin Lamarque/REUTERS
4 Setembro 2017, 11h11

O DACA (Deferred Action for Childhood Arrivals, em Inglês), é um programa lançado em 2012 durante a Administração Obama que concede vistos e números de segurança social aos emigrantes ilegais que foram para os EUA enquanto crianças ou aos filhos de emigrantes ilegais que nasceram nos EUA.

Protegendo os direitos de cerca de 800 mil jovens (os chamados “dreamers”, sonhadores, em Português), maioritariamente sul-americanos, o DACA estará perto do fim, conforme adianta o The Guardian. Donald Trump prepara-se para anunciar na próxima terça-feira o fim deste programa, cumprindo a sua promessa eleitoral de deportar todos os emigrantes ilegais.

Mas o fim não será imediato, conforme afirma o jornal, citando fontes próximas do processo. Trump concederá ao Congresso norte-americano seis meses para criar legislação que substitua a lei atual, uma decisão que representa um compromisso face aos membros do próprio partido, que já se manifestaram contra o fim do programa de apoio a estes jovens emigrantes. Entre os republicanos que pediram ao presidente que mantivesse o DACA contam-se o fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, e o CEO da Apple, Tim Cook.

Na cena política, destacam-se o porta-voz da Casa dos Representantes, Paul Ryan, bem como o senador Orrin Hatch e a Representante Ros-Lehtinen, uma cubano-americana da Florida, que no Twitter deu largas aos seu descontentamento com a decisão.

A base eleitoral de Donald Trump, no entanto, está descontente com a decisão presidencial de deixar aberta uma janela para nova legislação. O Representante Steve King, republicano do Estado do Iowa, também usou o Twitter para dar conta do seu desagrado.

Os democratas, como o senador Al Franken, do Minnesota, também queriam manter o programa. Franken disse que esta decisão seria “uma desgraça”, ao passo que Nancy Pelosi, a responsável pelos democratas na Casa dos Representantes, pediu que Ryan se reunisse com o seu partido para discutir “uma solução legislativa abrangente”. No entanto, o Congresso não tem conseguido fazer passar legislação que reforme a imigração.

Esta decisão chega também numa altura em que a administração lida com uma escalada da tensão com a Coreia do Norte e com a reabilitação das zonas afetadas pelo furacão Harvey, nomeadamente em Houston, no Estado do Texas.

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