[weglot_switcher]

Trump junta-se a mão cheia de presidentes que não compareceram à investidura do sucessor

O presidente cessante fará o seu último voo presidencial a bordo do Air Force One para a sua residência na Florida, garantindo que está bem longe de Washington na altura em que Biden tomará posse como 46º presidente dos EUA.
20 Janeiro 2021, 08h15

Depois de uma presidência marcada por momentos inéditos e uma postura pouco convencional, Donald Trump volta a surpreender e, ao contrário da vasta maioria dos presidentes cessantes, não irá marcar presença na cerimónia de tomada de posse de Joe Biden.

Há mais de 150 anos que um presidente não comparece na cerimónia que marca a transição de poder nos EUA. O último a fazê-lo, Andrew Johnson, partilha outras características com Trump, como ter sido alvo de um processo de destituição ou ter servido apenas um mandato.

No entanto, há uma distinção palpável: Johnson não foi o nomeado democrata naquela eleição, em 1869, não tendo, por isso, que reconhecer qualquer vitória ou derrota.

Há semelhança de Johnson e Trump, os outros dois presidentes que se recusaram marcar presença na inauguração do mandato do seu sucessor serviram um só mandato. John Adams inaugurou o precedente quando, em 1801, não compareceu na tomada de posse de Thomas Jefferson depois de uma eleição disputada e que demorou várias semanas a decidir. 28 anos depois, o seu filho, John Quincy Adams, imitou o pai e deixou a Casa Branca na noite anterior à investidura do seu sucessor, Andrew Jackson.

Houve, no entanto, outros presidentes que não puderam comparecer na tomada de posse do líder que lhes seguiu. O mais recente foi Richard Nixon, que, depois de se demitir, abandonou a Casa Branca antes da investidura do seu vice-presidente, Gerald Ford. Woodrow Wilson, doente na altura da cerimónia, acompanhou Warren G. Harding até ao Capitólio, deixando de seguida o recinto.

Trump, pelo contrário, escolheu não aparecer, tendo mesmo planeado partir da capital ainda antes da investidura de Biden. O cessante deverá estar já na sua residência particular no resort de Mar-a-Lago, em Palm Beach, Florida, ao meio-dia, hora marcada para a tomada de posse, para onde se deslocará na sua última viagem a bordo do Air Force One.

Antes, o ainda presidente pretende um evento de despedida, que deverá arrancar pelas 08h00 no fuso horário de Washington, menos cinco do que em Lisboa. Trump quer uma parada militar com convidados de honra na Base Andrews, no Maryland, ato para o qual foram já enviados convites.

O casal Trump deverá assim deixar a Casa Branca cedo na manhã de quarta-feira, sendo que o edifício terá de ser cuidadosamente desinfetado antes da chegada do novo presidente, de forma a evitar possíveis contágios por Covid-19. Recorde-se que a residência oficial do presidente norte-americano já foi palco de vários surtos da doença naquele que é o país mais afetado pelo novo coronavírus.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.