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Tudo o que sempre quis saber sobre Putin está em “O Novo Czar”

Nova biografia do líder russo, da autoria do jornalista Steven Lee Myers, é apresentada esta tarde, a partir das 18h00, na livraria Almedina do Atrium Saldanha em Lisboa.
17 Novembro 2016, 06h03

Jornalista do “New York Times” há 27 anos, sete dos quais passados na Rússia como correspondente, Steven Lee Myers apresenta esta tarde, a partir das 18h00, na livraria Almedina do Atrium Saldanha, em Lisboa, a sua estreia na escrita de livros. Com “O Novo Czar – a Ascensão e o Reinado de Vladimir Putin”, procura traçar o retrato do líder russo desde os tempos de pobreza extrema em Leninegrado até ao topo da hierarquia política, passando pelo KGB e, já afirmado no plano político, pela sua posição face a momentos marcantes como o 11 de setembro, a guerra russa na Geórgia, a anexação da Crimeia ou a continuação do conflito armado em solo ucraniano.

Em entrevista ao Jornal Económico, que pode ler esta sexta-feira na íntegra na edição impressa, o autor indica: “Usei ‘O Novo Czar’ como título porque me parece que Putin encontra inspiração na tradição e história da Rússia imperial – conforme fez Yeltsin antes, embora de um modo diferente –, bem como na história e tradição da União Soviética. Creio que é uma figura única, tendo mais controlo individual sobre os destinos do seu país do que qualquer outro líder à escala mundial”, comenta.

O facto de ser norte-americano não o leva a recear que o livro seja desacreditado. “Penso que fiz todos os esforços para tratar Putin de forma justa e objetiva, eliminando muita da mitologia construída ao redor da sua presidência”, explica. “Uma das razões para escrever este livro foi por ter sentido que muitas das obras escritas sobre ele ou sobre a Rússia eram a favor ou contra. Quis escrever uma que não elogiasse nem demonizasse Putin, antes explicando-o de um modo que tornasse claras as suas motivações.”

Sobre a eleição de Donald Trump como sucessor de Obama na presidência dos Estados Unidos e os efeitos que isso pode exercer, Myers refere: “Penso que o seu foco inicial estará dirigido a questões internas e à economia, englobando a descida de impostos, mais do que em relação à segurança nacional ou à política externa. Mas prometeu repensar acordos de comércio, apoio externo e até alguns dos acordos com países aliados. E, quer queira, quer não, vai ter de lidar com as crises mundiais, começando já pela guerra na Síria. A presidência de George W. Bush também começou concentrada em questões internas e nos cortes dos impostos e tudo isso se modificou com os ataques do 11 de setembro”, lembra.

 

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