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Turismo aproveitou pandemia para atualizar equipamentos, mas ainda há caminho a fazer

Conferência sobre “Turismo Sustentável, Hotelaria e Mobilidade” contou com as participações de com as participações de Ricardo Campos, diretor de Operações do Grupo Visabeira; João Carlos Silva, diretor de Manutenção da Vip Hotels; Pedro Serra, diretor de Operações de Hotelaria do The Editory Collection Hotels; João Catarino, do Vila Galé Hotéis; e Victor Moure, country manager da Schneider Electric Portugal.
21 Dezembro 2021, 16h27

A hotelaria portuguesa tem de cumprir objetivos de sustentabilidade e os agentes do sector procuraram aproveitar o período de menor atividade provocado pela pandemia de Covid-19 para se adaptarem e para atualizarem equipamentos, com maior recursos à tecnologia, mas ainda há muito a fazer.

Os participantes na conferência sobre “Turismo Sustentável, Hotelaria e Mobilidade”, que o Jornal Económico promoveu juntamente com a Schneider Electric Portugal e que foi transmitida pela plataforma multimédia JE TV, consideram que a pandemia obrigou a um esforço de adaptação, acelerando processos de digitalização, especialmente nas vertentes de contacto com o público.

“Foi e continua a ser um desafio muito grande”, afirmou Ricardo Campos, diretor de Operações do Grupo Visabeira, apontando que o seu grupo, à imagem do sector, foi obrigado a adaptar-se às contingências da pandemia. “Tivemos que nos reinventar, reinventar sistemas, reinventar operações e preparar os nossos edifícios e a nossa operação para este desafio”, disse.

Também Pedro Serra, diretor de Operações de Hotelaria do The Editory Collection Hotels, olha para o período de pandemia como uma oportunidade de atualização. “Aproveitámos o ano passado para fazermos a análise de alguns dos nossos hotéis e perceber de que forma podíamos ser mais eficientes”, disse, indicando que o processo de adaptação foi suportado, em muito, pela tecnologia, nomeadamente no relacionamento com o cliente. “Os clientes estão mais dispostos a trabalhar com o processo digital, estão mais disponíveis, por exemplo, para tudo o que é pré check-in, passar menos na receção, estar menos em contato com as pessoas”, explicou, considerando que esta é uma tendência que se deverá manter.

Aceleração de processos, mas ainda caminho para fazer

Nos últimos anos, a sustentabilidade tornou-se um fator essencial no desenvolvimento da generalidade das atividades, incluindo o turismo, num quadro de emergência climática e de pandemia de Covid-19, que funcionou como uma aceleradora de tendências.

João Carlos Silva, diretor de Manutenção da Vip Hotels, defendeu que “[a sustentabilidade] é uma preocupação já que vinha de trás. Todo o mercado, até por uma questão de responsabilidade social e de economia, já vinha alterando os seus hábitos e tentando melhorar o mais possível o seu parque e os seus equipamentos no sentido de conseguir tirar mais de rendimentos de todos esses meios com um custo mais baixo e uma penalização mais baixa para o ambiente também”.

O que a pandemia trouxe foi “alguma folga, de alguma forma, para podermos trabalhar sem aquela pressão de termos os hotéis constantemente cheios”, referiu. “Tivemos aqui alguns temas que considero que se conseguem adaptar-se melhor nesta fase; temos, por outro lado, a questão económica, também, que nos condiciona de outra forma. Andamos aqui sempre com essas duas vertentes que têm de ser muito bem equilibradas”, disse.

João Catarino, do Vila Galé Hotéis, sustentou que existe hoje uma “maior preocupação com o dotar de alguma inteligência as instalações [hoteleiras]”, mas alertou que a disparidade existente no parque hoteleiro nacional condiciona a sua modernização. “Um hotel, diria, de tamanho médio, já dificilmente não terá gestão técnica centralizada, mas a colocação de uma instalação com gestão técnica centralizada é um investimento dispendioso e tem que ser sempre equacionado um custo benefício em função da dimensão da instalação e dos seus operadores”, afirmou.

Victor Moure, country manager da Schneider Electric Portugal, considerou que a tendência de digitalização é inescapável, mas que ainda não existe uma completa perceção do que pode ser feito e como a tecnologia pode aproveitar aos gestores do sector.

“Estamos a ver que há uma vontade de fazer coisas”, nomeadamente na procura de uma maior eficiência, mas o caminho está só a começar a ser percorrido. “A minha perceção é que há um caminho por fazer”, disse.

A conferência “Turismo Sustentável, Hotelaria e Mobilidade” foi transmitida através da plataforma multimédia JE TV e através do site e das redes sociais do Jornal Económico, continuando disponível para ser vista em www.jornaleconomico.pt.

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