O contributo do turismo para o PIB deverá continuar a ser maior que o do conjunto da atividade económica até 2021, ainda que se estime que as exportações de turismo sejam inferiores ao registado em 2017, segundo o Boletim Económico do Banco de Portugal (BdP), divulgado esta terça-feira.
“No período 2018-21, projeta-se que o dinamismo das exportações de turismo continue a exceder o do conjunto da atividade económica, refletindo-se num reforço da sua importância no PIB para 9,3% no final do horizonte de projeção”, assinala o BdP, que acrescenta que o peso destas exportações no PIB em termos nominais oscilou em torno de 4% entre 1999 e 2009 e aumentou substancialmente a partir de 2010, situando-se em 7,8% em 2017.
A instituição liderada por Carlos Costa realça que o crescimento das exportações de turismo “tem suplantado largamente o das importações do mesmo tipo de serviços, traduzindo-se num alargamento do excedente da balança de viagens e turismo.em percentagem do PIB”, sublinhando que o excedente mais do que duplicou entre 2010 e 2017, de 2,6% para 5,6%.
No entanto, aponta que a evolução das exportações portuguesas de turismo deve ser enquadrada na trajetória de crescimento deste setor a nível internacional. “As chegadas de turistas no mundo têm vindo a evoluir a um ritmo superior ao do PIB mundial em termos reais. O crescimento médio anual destas chegadas situou-se em 5,1% no período 2010-17, o que compara com um crescimento real do PIB mundial de 3,8%, em média, no mesmo período”, sublinha.
“As perspetivas para as exportações portuguesas de turismo estão ancoradas nas vantagens comparativas da economia portuguesa neste setor e na margem de crescimento existente. Estas perspetivas positivas estão, no entanto, sujeitas a incerteza e riscos. Por um lado, a atividade turística tem uma elevada sensibilidade ao ciclo económico global, pelo que uma deterioração das perspetivas de crescimento mundial terá certamente impacto neste setor”, identifica. “Por outro lado, a recuperação da atividade turística em destinos concorrentes, que competem essencialmente na vertente preço, também poderá afetar negativamente as exportações portuguesas de turismo”, acrescenta.
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