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Turismo do Centro diz que descontos nas portagens são medida positiva mas insuficiente

O líder da Turismo do Centro considera que “a captação do investimento e a fixação de novas empresas e modelos de negócio carece de medidas mais aprofundadas e de investimento direto do Estado”.
26 Fevereiro 2020, 16h29

A criação de descontos nas portagens de sete autoestradas para os utilizadores frequentes “é uma medida positiva”, mas insuficiente para resolver os problemas da competitividade no interior do país, disse hoje o presidente da Turismo do Centro.

Pedro Machado, que lidera uma Entidade Regional que agrupa cem municípios, a maior parte situados no interior, considera que os descontos anunciados hoje, 26 de fevereiro, pela ministra Ana Abrunhosa são “por princípio uma aspiração da região, e, como tal, medida positiva”, mas adverte para a necessidade de ir mais longe.

“Descontos progressivos e percentuais são por aí mesmo restritivos, podem induzir a visitação, mas estão longe de criar as condições necessárias para a consolidação da procura e resolver os problemas da competitividade”, disse à agência Lusa o presidente da Entidade Regional.

O líder da Turismo do Centro considera que “a captação do investimento e a fixação de novas empresas e modelos de negócio carece de medidas mais aprofundadas e de investimento direto do Estado”.

Pedro Machado tem defendido repetidamente nos últimos anos que, para aumentar a “competitividade e a atratividade” do território, é preciso tomar medidas que consigam atrair de facto pessoas e empresas para o interior do país.

“Há muito que defendemos que o valor elevado das portagens é um elemento dissuasor, que afasta os turistas interessados em descobrir o Interior do país e que veio agravar os problemas dos territórios de baixa densidade, constituindo um obstáculo ao desenvolvimento”, disse Machado, em janeiro.

A ministra da Coesão Territorial anunciou hoje, em Macedo de Cavaleiros, descontos nas portagens de sete autoestradas a partir do terceiro trimestre do ano para os “utilizadores frequentes”.

“Vai ser posto em prática no terceiro trimestre deste ano. Estamos a falar de um desconto de quantidade para os veículos classe 1 quer classe 2”, afirmou Ana Abrunhosa, que falava à margem de uma visita no âmbito da iniciativa “Governo mais próximo”, no distrito de Bragança.

A governante disse que o modelo a aplicar “já está consensualizado entre os ministérios das Infraestruturas e Habitação, das Finanças e da Coesão Territorial”.

Ana Abrunhosa explicou que se trata de “um desconto de quantidades”, exemplificando que a “partir do oitavo dia até ao 15.º dia haverá um desconto de 20% e a partir do 16.º dia até ao final do mês será um desconto de 40%”.

“Isto é para utilizadores frequentes, isto significa um acesso universal, automático, basta ter o dispositivo eletrónico, não exige qualquer burocracia para se ter acesso”, referiu.

Até agora, acrescentou, a burocracia “impedia muitas pessoas de terem acesso aos descontos que já existiam”.

Nas autoestradas A4, A24, A28, A25, A23, A13 e A22, antigas SCUT, já eram aplicados descontos e estes foram, segundo a ministra, “harmonizados e aumentados”.

Segundo Ana Abrunhosa, estes descontos beneficiam os residentes ou os que se deslocam frequentemente às regiões, quer em termos de atividade económica ou turística.

Relativamente ao transporte de mercadorias, os descontos vão ser aumentados dos 30% para os 35% de dia e de 50% para 55% à noite.

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