Os esforços turcos para aliviar uma crise alimentar global têm aumentado nas últimas semanas. No entanto, após a Ucrânia acusar o Kremlin de impor “condições irracionais”, referindo-se à ‘oferta’ de “embarque gratuito” mediante o fim das sanções proposta pela Rússia, dificultam a mediação de Istambul para assegurar um corredor seguro para a exportação de cereais através dos portos do Mar Negro, avança a “Reuters”.
A guerra entre a Rússia e a Ucrânia, terceiro e quarto maiores exportadores de grãos do mundo, respetivamente, fez disparar a inflação sobre os preços dos alimentos e colocou em risco a oferta global de alimentos.
A Rússia conquistou grande parte da costa da Ucrânia em quase 15 semanas de guerra e os seus navios de guerra controlam os mares Negro e Azov, bloqueando as exportações agrícolas da Ucrânia e elevando o custo dos cereais.
Ucrânia e ocidente acusam Moscovo de utilizar os alimentos como ‘arma de guerra’. Por sua vez, a Rússia culpa as minas ucranianas colocadas no mar e as sanções internacionais.
Mevlut Cavusoglu, ministro dos Negócios Estrangeiros da Tuquia, afirmou que as negociações esta quarta-feira, 8 de junho, em Ancara foram “frutíferas” e que a retomada das exportações de cereais ucranianas pela via marítima parece agora mais “razoável”.
Já Sergei Lavrov, ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, que discursou ao lado do homólogo turco, aponta como fundamental a retirada das minas colocadas pelos ucranianos ao largo dos portos no Mar Negro como um pré-condição para garantir o embarque seguro dos cereais.
Já o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, referiu que os volumes de cereais russos só poderiam ser entregues aos mercados internacionais se as sanções fossem suspensas. Ele disse que “ainda não houve conversas substanciais sobre isso”.
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