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Uber investiga queixas internas de assédio sexual e sexismo

Antiga funcionária da Uber alega ter sido várias vezes confrontada com situações de alegada discriminação sexual, que os recursos humanos da empresa terão ignorado.
20 Fevereiro 2017, 16h33

O CEO da Uber, Travis Kalanick, quer que seja feita uma investigação interna “urgente” a um caso de assédio sexual ocorrido dentro da multinacional de transportes privado por aplicação eletrónica. Em causa estão as alegações de uma ex-funcionária que diz quer sido confrontada com situações de alegada discriminação sexual, que os recursos humanos terão ignorado.

Susan J. Flower, conta no seu blogue, que trabalhou cerca de um ano na Uber, entre novembro de 2015 a dezembro de 2016. Durante esse “ano horripilante”, a ex-engenheira informática assume ter sido vítima de assédio sexual e sexismo em inúmeras ocasiões. Logo no primeiro dia de trabalho terá sido abordada pelo seu superior hierárquico como mensagens explícitas de que queria ter relações sexuais com ela e “estava a ultrapassar a linha do razoável”. Susan J. Flower reportou o caso aos recursos humanos mostrando screenshots das mensagens de chat, mas as sucessivas queixas acabaram por cair no vazio.

Os diretores da empresa terão-lhe informado de que o gestor em causa tinha uma posição elevada na Uber e que nada poderiam fazer para sancioná-lo, considerando tratar-se de um “erro inocente”.

A funcionária terá deixado a equipa que integrava para passar a fazer parte de outra, onde encontrou um novo problema: sexismo. Susan J. Flower conta que viu várias vezes a sua prestação ser adulterada para que tivesse uma classificação mais baixa do que a dos seus colegas de equipa.

Em conversa com colegas, Susan Flower comprovou que o seu caso não era único na Uber e que mais mulheres na empresa se tinham deparado com problemas semelhantes e decidiu expor publicamente o sucedido.

Entretanto, o CEO da empresa, Travis Kalanick veio garantir que o que é descrito “vai contra tudo o que a Uber apoia e acredita” e que “esse tipo de comportamento não pode ter lugar na Uber”. “Quem se comporta desta forma ou pensa que isto é OK será despedido”, acrescenta.

Na sequência da denúncia, Travis Kalanick já ordenou à diretora dos recursos humanos, Liane Hornsey, que abra uma investigação “urgente” ao caso.

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