UBS oferece mais de dois mil milhões de dólares pelo Credit Suisse

O acordo de compra do Credit Suisse pelo UBS deverá ser assinado este domingo à noite e envolverá atuação do Governo para criar condições legais e para avançar com garantias estatais a riscos. Avançam o FT e a Reuters.

A notícia é avançada pelo Financial Times que diz que o UBS ofereceu mais de dois mil milhões de dólares para comprar o Credit Suisse.

Está previsto também que o Governo e as autoridades suíças mudem a lei do país para contornar a possibilidade de o voto dos acionistas do UBS chumbar em Assembleia Geral a compra do concorrente Credit Suisse.

O acordo proposto entre os dois maiores bancos suíços está marcado para ser assinado este domingo à noite, diz o FT, acrescentando que o preço do acordo será estabelecido tendo por referência o preço de fecho do Credit Suisse na bolsa na sexta-feira.

A Reuters noticiou este sábado que o UBS pediu ao governo suíço que preste garantias estatais de cerca de 6 mil milhões de dólares para cobrir potenciais custos que venham a surgir, como condição para comprar o Credit Suisse, citando uma pessoa com conhecimento das negociações, enquanto os dois lados correm contra o tempo para fechar um acordo para restaurar a confiança no banco suíço em dificuldades.

Os 6 mil milhões de dólares em garantias do governo cobririam o custo da liquidação de partes do Credit Suisse e possíveis acusações de litígio, disseram duas pessoas à Reuters.

O Credit Suisse, de 167 anos, é o maior banco  envolvido na turbulência desencadeada pelo colapso dos credores americanos Silicon Valley Bank e Signature Bank na semana passada, provocando uma queda nas ações do setor bancário e levando as autoridades a tomar medidas extraordinárias para manter bancos à superfície.

Este sábado a Bloomberg noticiou também que o vice-presidente da BlackRock, Philipp Hildebrand, está a participar nas negociações enquanto as autoridades suíças tentam fechar um acordo para o UBS Group assumir o controle do Credit Suisse Group, citando fontes não identificadas.

Questionado, o porta-voz da BlackRock, Ryan O’Keeffe, disse em entrevista por telefone que “Philipp não tem nenhum envolvimento formal nessas discussões”.

 

(Atualizada às 17h11 com o novo valor noticiado pelo Financial Times)

Relacionadas

Crise no Credit Suisse sem impacto direto para Portugal, assegura presidente da CMVM

O presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), Luís Laginha de Sousa, assegurou que não há impactos diretos em Portugal da crise do Credit Suisse e das falências dos bancos nos Estados Unidos.

Tempestade do Credit Suisse complica criação de “banco mau” para malparado em Espanha

Santander,  BBVA, Caixabank e Sabadell querem criar conjuntamente um veículo para gerir o crédito malparado de empresas suas clientes. Objetivo é reduzir a necessidade de provisões e evitar falências. Crise do Credit Suisse vai atrasar projeto.

Ponto de Situação do Credit Suisse. Uma corrida até à manhã de segunda-feira para acalmar os mercados

O segundo maior banco helvético está numa corrida contra o tempo para, custe o que custar, acalmar os mercados. Deadline? A abertura dos mercados, às 8:00 de segunda-feira. Eis o que sabemos até ao momento.
Recomendadas

CEO do BCP apela ao Governo para manter o rating da República em “grau de investimento”

“É tempo de atuar, de assegurar que os fundos sejam integralmente investidos. É tempo de implementar com rigor e transparência, é chegado o tempo para monitorizar a execução de forma a corrigir atempadamente o que houver a corrigir, se e quando se constatar que alguma das premissas iniciais era ou se tornou errada”, apelou Miguel Maya perante uma plateia onde estavam membros do Governo.

Miguel Maya garante que “o tecido económico português pode contar com um sector financeiro robusto”

O presidente executivo do BCP falava na Millennium Talks em Leiria perante uma plateia de empresários e alguns membros do Governo, quando abordou o tema da crise na banca.

Depois do Credit Suisse, pressão nos mercados vira-se para o Deutsche Bank. Ações caem 12%

O Deutsche Bank está sob forte pressão nos mercados financeiros esta sexta-feira, com as ações a tombarem 12% e o custo dos contratos de seguro contra incumprimento (CDS) do banco a saltar para máximos de quatro anos. Alerta foi dado pela Reuters.
Comentários