A confirmar-se, é mais uma baixa de peso na alta hierarquia militar russa. O Estado-Maior da Ucrânia anunciou este domingo que matou o comandante de primeira classe Andrey Paliy, um dos oficiais navais de alta patente na Marinha russa. A BBC tentou confirmar a morte de Paliy através de fontes independentes, mas não conseguiu. Moscovo também não confirmou ou desmentiu.
Caso se confirme, a morte de Andrey Paliy é simbólica por vários motivos. Número um: trata-se do primeiro oficial da Marinha russa a morrer no conflito. Número dois: Paliy era mesmo o número dois da frota do Mar Negro, o comandante-adjunto daquela importante estrutura da Marinha russa. Número três: mesmo sem contar com Paliy, a Ucrânia já anunciou ter matado cinco generais russos no decorrer da invasão.
No sábado, Kiev informou que as forças ucranianas tinham matado o tenente-general Andrei Mordvichev, até agora o mais importante oficial a ser abatido em combate na Ucrânia.
Há três dias tinha sido a vez do major-general Oleg Mityaev. Foi o próprio presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, quem anunciou que um general russo tinha sido abatido perto de Mariupol. O ministério do interior ucraniano adiantou depois que tinha sido Mityaev e que tinha sido morto pelo regimento de extrema-direita Azov.
Analistas ouvidos pela BBC acreditam que há cerca de 20 generais russos a liderar as operações no terreno na Ucrânia. Se este número for verdadeiro, então os ucranianos terão eliminado um quarto do generais russos a comandar a partir da frente.
O (anormalmente) elevado número de baixas entre os oficiais-generais russos também levam os especialistas a acreditar que não se trata de um azar, e que a Ucrânia tem em curso uma estratégia que visa eliminar especificamente as altas patentes.
“Não acredito que seja um acidente. Um caso é acidente, mas estes todos não”, disse à BBC Rita Konaev, da Universidade de Georgetown.
Numa notícia do Wall Street Journal, um elemento do círculo próximo de Zelensky disse que a Ucrânia tem uma unidade militar de serviços secretos especialmente destinada a abater oficiais russos.
“Andam à procura de generais de alto perfil, pilotos, comandantes de artilharia”, disse a fonte ao jornal norte-americano.
Uma vez que os militares russos estão em grande inferioridade numérica e material, a estratégia de visar altas patentes é uma parte importante da guerra de informação, completou Rita Konaev. “Isto alimenta o moral da Ucrânia. Dá uma sensação de vitória. É inspirador”. Isto no que toca aos generais. Quanto aos pilotos e aos comandantes de artilharia, trata-se de oficiais altamente especializados, cujo treino demora muitos meses ou anos e cujas baixas podem ser difíceis de colmatar.
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