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Ucrânia e Rússia retomam negociações de paz presenciais na Turquia “sem apertos de mãos”

Tayyip Erdogan, presidente da Turquia, recebeu as delegações de ambos os lados num palácio em Istambul, dizendo que o objetivo é “parar esta tragédia”. A televisão ucraniana informou que as negociações arrancaram com “uma receção fria” e “sem apertos de mãos”.
  • ‘@RusEmbassyMinsk/Twitter
29 Março 2022, 12h08

Os negociadores ucranianos e russos já estão reunidos na Turquia para as primeiras conversas presenciais em quase três semanas. A Ucrânia procura um acordo de cessar-fogo sem comprometer o seu território ou a sua soberania, após as forças do país conseguirem expulsar os militares russos da capital, Kiev.

Segundo a “Reuters”, o presidente turco, Tayyip Erdogan, recebeu as delegações de ambos os lados num palácio em Istambul, dizendo que o objetivo é “parar esta tragédia”. A televisão ucraniana informou que as negociações arrancaram com “uma receção fria” e “sem apertos de mãos”.

A Ucrânia e os Estados Unidos admitiram ter pouca esperança num acordo imediato. Mas a retomada das conversas presenciais está a ser encarado como um passo importante para atingir o tão desejado cessar-fogo. A ofensiva russa está paralisada na maioria das frentes, mas continua a condicionar as vidas dos ucranianos presos em cidades invadidas.

Com mais de um mês de guerra, naquele que é o maior ataque a um país europeu desde a Segunda Guerra Mundial, registam-se mais de 3,8 milhões de deslocados, milhares de mortos e feridos, e a economia da Rússia cada vez mais condicionada com as sanções impostas pelos países do ocidente.

Na cidade portuária de Mariupol, no sul, sitiada pelas forças russas desde os primeiros dias da guerra, cerca de cinco mil pessoas perderam a vida, incluindo 210 crianças, segundo dados do autarca da cidade, que ainda não foram confirmados.

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kuleba, disse sobre as negociações na Turquia que “não negociamos pessoas, terras ou soberania. O objetivo mínimo serão questões humanitárias, e o objetivo máximo é chegar a um acordo de cessar-fogo”.

Já o ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, disse que a Rússia completou em grande parte a primeira fase do seu ataque militar, degradou as capacidades militares da Ucrânia e agora irá concentrar esforços em áreas reivindicadas por separatistas no sudeste — região de Donbas (Donetsk e Luhansk).

Moscovo fez uma declaração semelhante no final da semana passada, interpretada no ocidente como um sinal de que estava a desistir dos objetivos iniciais de derrubar o governo de Kiev, após falhar a tomada da capital.

A Rússia apelida a invasão de “operação militar especial” para desarmar e “desnazificar” a Ucrânia.

Um alto funcionário do Departamento de Estado dos EUA disse que o presidente russo, Vladimir Putin, ainda não parece recetivo a fazer concessões para acabar com a guerra.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que as negociações até agora não produziram nenhum progresso substancial, mas é importante que continuem na forma presencial.

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