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Ucrânia: Governo dos Açores preparado para receber entre 250 e 500 refugiados

“Estamos preparados para quando chegarem cá. O Governo tem colaborado, sem fazer publicidade, ajudando algumas instituições, nomeadamente no transporte de bens para a Ucrânia”, adiantou o vice-presidente do executivo açoriano, Artur Lima, em declarações aos jornalistas, à margem da inauguração das obras de remodelação da creche “O Carrocel”, em Angra do Heroísmo.
14 Março 2022, 15h38

O vice-presidente do Governo Regional dos Açores garantiu hoje que a região está “preparada” para acolher entre 250 e 500 refugiados da Ucrânia, alegando que será o executivo a liderar o processo, em colaboração com instituições.

“Estamos preparados para quando chegarem cá. O Governo tem colaborado, sem fazer publicidade, ajudando algumas instituições, nomeadamente no transporte de bens para a Ucrânia”, adiantou o vice-presidente do executivo açoriano, Artur Lima, em declarações aos jornalistas, à margem da inauguração das obras de remodelação da creche “O Carrocel”, em Angra do Heroísmo.

No sábado, chegou à ilha de São Miguel uma família de refugiados ucranianos, que ficará instalada numa habitação disponibilizada pela autarquia de Ponta Delgada.

Em declarações aos jornalistas, à margem da chegada desta família, o vice-presidente da Associação dos Imigrantes nos Açores (AIPA), Leoter Viegas, defendeu a necessidade de o “Governo Regional criar um plano sistematizado envolvendo vários organismos” para acolher os cidadãos provenientes da Ucrânia.

“Hoje chegaram quatro. Mas, amanhã, poderão chegar mais e não sei com quem contactar para resolver o problema. E a Região tem de criar um plano. E nós enquanto associação temos algumas propostas para fazer ao Governo”, apontou, acrescentando que a AIPA “está a trabalhar num plano” de integração, tendo já estabelecido contactos com várias entidades.

Questionado sobre estas declarações, o vice-presidente do Governo Regional, que tutela as áreas da Solidariedade Social e da imigração, disse que será o executivo a liderar o processo.

“Com o devido respeito pela AIPA, o Governo faz o que entende e não o que a AIPA quer. É preciso que as instituições percebam que quem vai liderar o processo. Pedir a colaboração destas instituições é o Governo e não o contrário”, afirmou.

“Há aqui uma inversão de papéis que vinham do passado e não vão continuar no futuro”, acrescentou, sublinhando que, “com este Governo, a AIPA não manda”.

Segundo Artur Lima, na terça-feira vai realizar-se uma reunião entre o presidente do Governo Regional e os vários departamentos do executivo envolvidos no processo de acolhimento de refugiados, mas o Governo Regional “está bem preparado”.

O vice-presidente do executivo açoriano salientou que “quem faz o primeiro contacto” com os refugiados ucranianos que chegam à região e disponibiliza bens de primeira necessidade é o Instituto de Segurança Social dos Açores (ISSA).

Artur Lima disse que o executivo açoriano já entrou em contacto com o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) e com instituições parceiras e tem condições para acomodar, “com conforto e dignidade”, entre 250 e 500 refugiados.

“Temos tudo articulado para quando for necessário”, reforçou, acrescentando que está também prevista uma resposta para crianças órfãs.

Até ao momento, terão chegado aos Açores poucas famílias e a maioria não necessitou de alojamento.

“As famílias que chegaram tinham cá família e estão bem integradas sem nenhum problema”, afirmou o vice-presidente do Governo Regional.

O governante disse não ter informação de que estivesse prevista a chegada de mais famílias ucranianas à região nos próximos dias.

A Rússia lançou a 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já causou pelo menos 564 mortos e mais de 982 feridos entre a população civil e provocou a fuga de cerca de 4,5 milhões de pessoas, entre as quais 2,5 milhões para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.

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