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Ucrânia: mais uma vala comum encontrada na região de Kiev

Autoridades ucranianas disseram ter descoberto uma nova vala comum de civis perto de Bucha, na região da capital do país. Entretanto, em Mariupol há no ar acusações de traição aos interesses ucranianos.
13 Junho 2022, 16h52

Os corpos de sete civis foram encontrados perto da vila de Myrotske, muitos com as “mãos amarradas e os joelhos baleados”, segundo o chefe de polícia da região de Kyev, Andrii Niebytov, citado pelas agências internacionais. As vítimas parecem ter sido torturadas, disse aquele responsável.

Estão agora em andamento trabalhos para exumar os corpos no local e identificar os indivíduos, acrescentou Niebytov.

Entretanto, em Mariupol, cidade marítima das mais martirizadas pela guerra, o mayor local, Vadym Boychenko, acusou “traidores” de passarem informações vitais para as forças russas durante o bombardeio da cidade do sul no início da invasão da Ucrânia .

Boychenko, que deixou o Mariupol, disse à BBC que a destruição da infraestrutura crítica da cidade, incluindo o fornecimento de energia, foi bem coordenada porque esses “traidores” forneceram as coordenadas à Rússia.

Os russos “sabiam onde acertar. Foram muitos os traidores que deram as coordenadas. Tudo o que tínhamos, tudo o que é considerado a infraestrutura crítica da cidade, foi destruído nos primeiros sete dias”, recordou. “Há 15 fontes de alimentação na cidade”. Nem o autarca sabia onde estavam todos, “e eles souberam e numa semana destruíram todos os 15 pontos. A cidade ficou sem luz”, disse, para dar a entender que uma destruição deste quilate só é possível com informações passadas de dentro da cidade.

Boychenko acusou os “traidores” de serem agora os deputados do conselho da cidade do partido pró-russo, a plataforma de oposição Pela Vida, que agora governa a cidade sob a ocupação russa.

Boychenko também disse à BBC que mais de 100 mil pessoas ainda estão presas na cidade ocupada pelos russos, onde “não têm água potável, nem comida, nem eletricidade, nem medicamentos”. “Os hspitais foram danificados, médicos foram mortos”.

Recorde-se que o Ministério da Defesa do Reino Unido disse na semana passada que havia risco de um grande surto de cólera em Mariupol porque os serviços médicos estavam provavelmente perto do colapso.

As agências noticiam que a artilharia russa está a atingir uma zona industrial onde 500 civis estão abrigados na cidade de Sievierodonetsk, no leste da Ucrânia, segundo o governador regional, Serhiy Haidai. Uma ponte fora da cidade foi destruída. As tropas ucranianas em Sievierodonetsk devem “render-se ou morrer”, alertou um líder separatista apoiado pela Rússia.

As forças russas tomaram a maior parte da cidade, onde os violentos combates de rua continuavam, depois de deflagrar um incêndio na fábrica de produtos químicos Azot, onde centenas de civis estão abrigados. O presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy disse que os militares russos estavam a tentar enviar forças de reserva para a região de Donbass.

Pelo seu lado, o Ministério da Defesa da Rússia disse que os seus mísseis destruíram uma grande quantidade de armas e equipamentos militares na região de Donbass, no leste da Ucrânia, incluindo alguns que foram enviados pelos Estados Unidos e pela Europa. Mísseis aéreos de alta precisão atingiram, perto da estação ferroviária de Udachne, equipamentos que foram entregues às forças ucranianas.

Antes de mais este incidente, o presidente da Finlândia, Sauli Niinisto, disse publicamente que a Rússia está a usar “armas de destruição maciça” na Ucrânia. Ambos os lados estão a usar armas “cada vez mais pesadas”, disse, incluindo no caso da Rússia, bombas termobáricas.

 

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