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Ucrânia: “Muito negativa” para EUA postura “pró-Moscovo” após 2024

O receio do deputado e, de acordo com o próprio, de outros parlamentares ucranianos, surgiu com a possibilidade da recandidatura de Donald Trump.
27 Maio 2023, 11h53

O representante da Presidência no parlamento da Ucrânia assume preocupação com a possibilidade de os Estados Unidos recuarem no apoio ao país, após as eleições norte-americanas de 2024, mas alerta que “ações pró-Moscovo terão consequências muito negativas” para Washington.

Questionado sobre a possibilidade de os Estados Unidos da América (EUA) diminuírem ou “largarem” por completo o apoio à Ucrânia depois das eleições presidenciais de 2024, Fedir Venislavskyi, deputado e representante de Volodymyr Zelensky no parlamento ucraniano, reconheceu que a preocupação existe.

“Sem dúvida, qualquer eleição [em países que apoiam a Ucrânia] introduz um certo nível de incerteza, mas também é verdade que a Ucrânia desfruta de um forte apoio bipartidário [nos EUA]”, sustentou Fedir Venislavskyi em entrevista à Lusa, por videoconferência.

O receio do deputado e, de acordo com o próprio, de outros parlamentares ucranianos, surgiu com a possibilidade da recandidatura de Donald Trump.

O 45.º Presidente dos EUA tentou em várias ocasiões uma aproximação ao homólogo da Rússia, Vladimir Putin, é crítico do investimento dos Estados Unidos na NATO e ameaçou sair da Aliança Atlântica em diversas ocasiões. Sobre a invasão da Ucrânia, não foi até hoje concreto sobre a sua posição.

Fedir Venislavskyi conversou com a Lusa a partir dos arredores de Sloviansk, uma cidade na região do Donbass que está apenas a 45 quilómetros de Bakhmut, palco da batalha mais sangrenta desta guerra e conquistada há dias pelas tropas russas.

Apesar das ‘nuvens’ no horizonte, o representante da Presidência ucraniana considerou que o apoio ao país que foi invadido há mais de um ano pela Rússia “não vai diminuir independentemente do resultado das futuras eleições presidenciais nos Estados Unidos”.

E deixou uma mensagem em tom de lembrança ao próximo Presidente norte-americano: “Contrariar a agressão da Rússia é primeiramente uma guerra pelos valores e pelo cenário geopolítica do mundo nas próximas décadas. E é do interesse dos Estados Unidos manter o seu estatuto como a mais poderosa das potências mundiais.”

“Quaisquer ações em favor de Moscovo terão consequências muito negativas para os Estados Unidos”, advertiu.

Contudo, sobre uma possível vitória de Trump ou de outro candidato que contraste com a posição que os Estados Unidos têm tido em relação ao apoio a Kiev, o deputado lembrou que “é importante distinguir sempre o que é a retórica de candidatos individuais antes das eleições daquela que vai ser a sua postura e as suas ações depois”.

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