Ucrânia: Programa levará crianças ucranianas a passar férias em Portugal

“Como um país seguro, Portugal foi visto como uma boa opção para organizar o programa, pelo que vamos preparar tudo para responder a esta necessidade, procurando que Portugal seja mais uma vez um espaço de acolhimento”, apontou Ana Mendes Godinho.

epaselect epa09809800 A Ukrainian child holding a fresh tulip flower, looks trough a window of a transiting bus shortly after passing through the border crossing of Siret, northern Romania, 08 March 2022. On the day, all the women and girls crossing into Romania from Ukraine received fresh flowers from the country’s border police officers, fire-fighters or paramedics on the occasion of the International Women’s Day. Since Russia began its military operations in Ukraine on 24 February, some 291,081 Ukrainian refugees have entered Romania and 208,863 have left for other destinations, according to the latest report of the Border Police. EPA/ROBERT GHEMENT

Os Governos de Portugal e da Ucrânia concordaram em desenvolver um programa que levará crianças ucranianas a passar férias em território português já este ano, disse à Lusa a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.

Ana Mendes Godinho reuniu-se na terça-feira, em Nova Iorque, com a ministra das Políticas Sociais da Ucrânia, Marina Lazebna, que comunicou à governante portuguesa a necessidade de proporcionar às crianças ucranianas férias longe do conflito.

“Como projeto a desenvolver, identificámos um programa para crianças ucranianas fazerem férias em Portugal. O intuito é a criação de um espaço alternativo, até do ponto de vista de saúde mental, para as crianças terem outros espaços para usufruírem durante as suas férias”, disse a ministra portuguesa.

“O objetivo é tentarmos realizar este programa em 2023. Foi com isso que nos comprometemos, porque é uma necessidade que a Ucrânia tem. Como um país seguro, Portugal foi visto como uma boa opção para organizar o programa, pelo que vamos preparar tudo para responder a esta necessidade, procurando que Portugal seja mais uma vez um espaço de acolhimento”, acrescentou Ana Mendes Godinho.

Contudo, o tema dominante do encontro entre as duas ministras foi o balanço do programa de integração e acolhimento de ucranianos em Portugal.

De acordo com a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, foi feito um ponto de situação sobre o número de ucranianos que estão, neste momento, integrados no mercado de trabalho em Portugal, sendo que Marina Lazebna sinalizou vontade em manter o contacto com essas comunidades.

“A principal preocupação que a ministra nos sinalizou foi a vontade que tem em manter o contacto com as comunidades ucranianas em Portugal, de forma a garantir que mantém a capacidade de comunicar com essas pessoas. Nós também manifestámos a nossa disponibilidade total para criar canais de encontro”, disse a ministra.

Ana Mendes Godinho considerou Portugal “um país exemplar do ponto de vista da forma como integrou os trabalhadores ucranianos”, nomeadamente “com a atribuição do número Segurança Social automático com o regime de proteção”.

“Portanto, também somos um exemplo de um país que teve capacidade de proteção rápida das pessoas no mercado de trabalho”, avaliou.

Ana Mendes Godinho encontra-se em Nova Iorque para participar na 61.ª sessão da Comissão para o Desenvolvimento Social do Departamento de Assuntos Económicos e Sociais das Nações Unidas (ONU), num encontro focado nas temáticas da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, desafios pós-pandemia, trabalho digno, combate às desigualdades e diálogo entre gerações.

Na intervenção que fez na ONU na terça-feira, Ana Mendes Godinho defendeu a necessidade de investimento social, compromissos e respostas adaptáveis para enfrentar os atuais desafios económicos e sociais que o mundo atravessa.

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