O ministro da Transformação Digital da Ucrânia disse esta terça-feira que a solução para manter as bases de dados da Ucrânia aquando da invasão da Rússia foi a migração dessa informação para a nuvem (cloud).
“Vemos como a tecnologia pode matar mas também como nos pode salvar. A AWS ajudou-nos e disponibilizou os aparelhos eletrónicos [snowballs] em 48 horas”, afirmou Mykhailo Fedorov, numa conferência de imprensa no evento anual da Amazon Web Services (AWS), re:Invent 2022.
Em causa estão máquinas (hardware) – que o ministro não quis quantificar por motivos de segurança – que são instaladas para migrar terabytes de dados para a cloud sem limite de capacidade de armazenamento ou potência computacional, sobretudo em zonas onde as condições de rede são limitadas.
Mykhailo Fedorov explicou que essa digitalização permite eficiência e rapidez. No caso específico destes aparelhos, utilizados para guardar, pelo menos, dois terabytes de dados, possibilitaram a proteção da informação da Ucrânia para garantir que os direitos das pessoas se mantinham na situação de apropriação de terras, segundo o ministro ucraniano.
“Queremos construir um estado mais consistente no digital (…). Claro que tudo isto custa milhões de dólares mas uma coisa vos digo: é priceless [não se mede o preço]. São infraestruturas críticas”, frisou o governante ucraniano, em declarações aos jornalistas a partir de Las Vegas, nos Estados Unidos.
Questionado sobre quantos ciberataques a Ucrânia sofre desde fevereiro de 2022, o responsável pela pasta da Digitalização da Ucrânia referiu apenas que eram “alguns milhares” é que aconteciam diariamente.
O representante do governo ucraniano aproveitou ainda a ocasião para assinar um novo acordo de cooperação com a AWS, rubricado ainda por Liam Maxwell, diretor de Transformação Digital Governamental da AWS.
Liam Maxwell lembrou como a Ucrânia trabalhou para lançar a aplicação Diia, a plataforma online dos serviços públicos ucranianos que equivale – além de vários outros serviços – à portuguesa Chave Móvel Digital. “Quando ocorreu a invasão, encontrei-me com o embaixador ucraniano em Londres para perceber que bases de dados de casa região podíamos salvaguardar”, sublinhou, no evento que decorre esta semana no Centro de Congressos do hotel Venetian.