A UE arrisca tornar-se ainda mais dependente de baterias chinesas do que era de energia russa no médio-prazo, alerta um documento interno do bloco a que a ‘Reuters’ teve acesso. Os responsáveis europeus debaterão o assunto num encontro em Espanha no próximo mês e a necessidade de tomar medidas para inverter esta tendência estará em debate.

Fábrica de baterias de lítio em Sines de gigante chinês pode estar em risco

O desejo expresso de Bruxelas de transitar para uma economia menos poluente e neutra em emissões de gases com efeito estufa obrigará a uma alteração na composição energética do bloco que envolverá sempre uma aposta considerável em baterias de lítio e outros componentes em que a produção chinesa domina a nível mundial. No entanto, a UE tem procurado eliminar a dependência de Pequim, isto depois dos problemas nas cadeias de fornecimento globais durante a pandemia e da tensão criada com a Rússia após a invasão da Ucrânia.

Muitos dos bens essenciais a esta transição são produzidos em larga escala na Europa, com o continente a representar mesmo mais de metade do output global de eletrolisadores, por exemplo, mas outros, como as baterias a lítio, são dominados pela China.

Assim, e “sem tomar medidas fortes, o sistema energético europeu pode ter uma dependência da China até 2030 de uma natureza diferente, mas severidade semelhante, à que tinha da Rússia até à invasão da Ucrânia”, lê-se no relatório a que a ‘Reuters’ teve acesso, que menciona ainda uma situação semelhante no espaço digital.

O assunto estará em foco na reunião dos responsáveis por assuntos económicos de 5 de outubro a realizar em Granada, Espanha, pela presidência rotativa espanhola.