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UE com reunião de emergência na segunda-feira para discutir nova variante britânica do coronavírus

Os Estados-membros da União Europeia (UE) reunir-se-ão de emergência na segunda-feira de manhã para discutir a nova variante da Covid-19 descoberta no Reino Unido, visando coordenar as respostas comunitárias, anunciou este domingo o Conselho.
  • Covid 19
20 Dezembro 2020, 20h41

A informação foi avançada pelo porta-voz da presidência alemã da UE, Sebastian Fischer, que usou uma publicação na sua conta oficial da rede social Twitter para indicar que a Alemanha “convidou os Estados-membros para uma reunião urgente do Mecanismo Integrado da UE de Resposta Política a Situações de Crise para amanhã [segunda-feira]” pela manhã.

O Mecanismo Integrado da UE de Resposta Política a Situações de Crise (IPCR) foi ativado pela primeira vez no âmbito da pandemia de Covid-19 em janeiro deste ano, ainda na então presidência croata da União, para permitir a partilha de informações entre os países.

O IPCR é o quadro da UE para a coordenação de crises transfronteiriças ao mais alto nível político.

Segundo Sebastian Fischer, o ponto de ordem da reunião de segunda-feira centra-se na “coordenação das respostas da UE à recém identificada variante da Covid-19 no Reino Unido”.

Para este domingo foi convocada uma reunião por videoconferência entre o gabinete do presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, e os representantes dos Estados-membros sobre os últimos desenvolvimentos ligados a esta nova estirpe, assim fizeram saber fontes europeias em Bruxelas.

As mesmas fontes detalharam ainda que na reunião realizada por meios digitais na tarde de domingo foram apontadas possíveis medidas a adotar por cada país da UE, nomeadamente a suspensão de viagens e a introdução da obrigatoriedade de realização de testes.

Estas matérias serão alvo de discussão na reunião de segunda-feira, informam as fontes comunitárias.

Ainda durante o dia de domingo, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, realizou uma chamada telefónica ao Presidente francês, Emmanuel Macron, e à Chanceler alemã, Angela Merkel, de forma a alinhar a resposta da UE à nova mutação.

As autoridades britânicas alertaram a Organização Mundial da Saúde sobre a descoberta de uma nova variante do SARS-CoV-2, que mostra ser mais facilmente transmissível, embora não haja provas de que seja mais letal ou que possa afetar a eficácia das vacinas desenvolvidas.

O Reino Unido faz parte dos 10 países mais afetados pela pandemia, registando já mais de dois milhões de casos de infeção e 67.075 mortes.

A Holanda, a Bélgica, a Itália e a Alemanha já suspenderam ligações aéreas e ferroviárias com o território britânico.

Em Portugal, fonte do gabinete do Ministério dos Negócios Estrangeiros português fez saber domingo que o país acompanha “com atenção” a evolução da situação epidemiológica no Reino Unido e tem privilegiado a “cooperação estreita” entre as autoridades de saúde dos dois países.

O Centro Europeu para Controlo e Prevenção de Doenças (ECDC) pediu ainda este domingo aos países da UE que garantam “esforços atempados” para controlar a propagação da nova variante do SARS-CoV-2 que apareceu no Reino Unido, até 70% mais contagiosa, nomeadamente durante a época natalícia.

“Dado que não existem atualmente provas que indiquem até que ponto a nova variante do vírus se está a propagar fora do Reino Unido, são necessários esforços atempados para prevenir e controlar a sua propagação”, apela o ECDC, num relatório publicado este domingo sobre a proliferação rápida de casos no Reino Unido desta nova variante da Covid-19.

E avisa ainda que, “se o aumento das reuniões familiares e sociais que são tradicionais nesta altura do ano não for reduzido, […] e especialmente se as viagens não essenciais não forem reduzidas ou evitadas completamente, poderá eventualmente levar a que a variante substitua as variantes atualmente em circulação em grande parte da UE e Espaço Económico Europeu”.

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