A União Europeia encontrou provas de que os smartphones usados por alguns dos seus funcionários foram comprometidos pelo software de espionagem de uma empresa de Israel, Pegasus, revelou o alto funcionário da justiça do bloco numa carta vista pela “Reuters”.
Numa carta de 25 de julho enviada à legisladora europeia Sophie em ‘t Veld, o comissário de Justiça da UE Didier Reynders disse que a fabricante de iPhone Apple revelou, em 2021, que o seu telemóvel possivelmente tinha sido hackeado pelo Pegasus, uma ferramenta desenvolvida e vendida a clientes do governo pela empresa de vigilância NSO Group.
O aviso da Apple desencadeou a inspeção dos dispositivos pessoais e profissionais da Reynders, bem como de outros telefones utilizados por funcionários da Comissão Europeia.
Da parte da empresa que desenvolveu o Pegasus, um porta-voz da NSO disse que a empresa cooperaria voluntariamente com uma investigação da UE. “A nossa assistência é ainda mais crucial, pois não há provas concretas até agora de que ocorreu uma violação”, apontou o porta-voz em comunicado. “Qualquer uso ilegal por um cliente que tem como alvo ativistas, jornalistas, etc., é considerado um uso indevido grave”, acrescentou
Esta não é a primeira vez que a empresa responsável pelo Pegasus é notícia por espionagem. O primeiro político a ser visado no caso Pegasus foi Emannuel Macron. A 21 de julho de 2021 foi noticiado pela “Reuters” que o presidente francês tinha estado na mira do software de espionagem. Dias depois foram divulgadas as notícias de que também o ministro das Finanças francês poderia ter sido espiado pelo Pegasus.
Em abril de 2022 foi a vez do gabinete de Boris Johnson. Nessa altura, o grupo Citizen Lab alertou para o ataque e referiu que o governo do Reino Unido tinha sido alvo “de múltiplas suspeitas de infeções com o spyware Pegasus dentro de redes governamentais do Reino Unido”.