A União Europeia espera que a Bósnia-Herzegovina harmonize a sua política externa, comercial e de segurança com as políticas do bloco dos 27 – e entre as medidas que o país candidato terá de assegurar é o fim da isenção de vistos com a Rússia.
“É esperado o cumprimento total da política de vistos da União por parte da Bósnia-Herzegovina, que prevê um regime de isenção de vistos com a Rússia”, disse a Delegação da União Europeia a órgãos de comunicação social naquela região.
Nesse sentido, foi recomendado que a Bósnia-Herzegovina “harmonize prioritariamente a sua política de vistos com a lista de países terceiros que necessitam de vistos para entrarem na União, especialmente aqueles países terceiros que representam um risco de imigração irregular ou um risco para a segurança”, como é o notório caso da Rússia.
A União reintroduziu a obrigação de vistos para os russos que queiram entrar no seu espaço a partir de setembro do ano passado – depois de essa burocracia ter sido retirada em 2007. Além disso, a taxa dos vistos aumentou de 35 para 80 euros, sendo também necessária documentação mais extensa. Para todos os efeitos, o processo tornou-se mais longo e restritivo. Bósnia-Herzegovina e Rússia aboliram a obrigação de vistos entre ambos em 2013.
A obrigação de harmonizar a política de vistos foi destacada no Relatório da Comissão Europeia sobre a Bósnia-Herzegovina de outubro do ano passado – que explicava que esta harmonização tem de ser total.
Desde o início da invasão da Ucrânia em 24 de fevereiro, a Bósnia-Herzegovina, por pressão de Bruxelas, votou a favor de vários pacotes de sanções impostas pela União Europeia à Rússia, mas a decisão sobre sua implementação não foi confirmada pelo Conselho de Ministros da Bósnia-Herzegovina devido à oposição dos ministros da República Srpska, região habitada pelos sérvios que está do lado de Moscovo e contra Kiev.
Aliás, o presidente daquela região, Milorad Dodik, disse em dezembro passado que “a República Srpska não mudará as suas posições de política externa em relação à Rússia e a Rússia continua a ser um parceiro importante“.