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Universidade de Coimbra quer tornar viável a produção de “caviar português” em aquacultura

Tornar viável a produção de ouriços-do-mar em aquacultura, de forma rentável e com reduzido impacto ambiental, é o objetivo de uma equipa de investigadores da Universidade de Coimbra, que está a desenvolver um modelo integrado de cultivo em cativeiro da espécie mais abundante em Portugal.
4 Junho 2020, 07h47

Os investigadores da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) vão tentar tornar viável a produção de ouriços-do-mar em aquacultura. A iniciativa faz parte do do projeto “OtimO – Otimização dos processos de produção de Ouriço-do-mar”, financiado em 202 mil euros, e visa desenvolver o projeto de forma rentável e com reduzido impacto ambiental.

A aposta no cultivo daquilo que é chamado o “caviar da costa portuguesa” advém do elevado valor comercial e do aumento da procura que tem vindo a aumentar exponencialmente na perspetiva da gastronomia gourmet. As gónadas (ovas) do ouriço-do-mar são muito apreciadas, quer em Portugal quer no mercado internacional, provocando a intensificação da apanha, muitas vezes de forma desregrada.

Dado o elevado interesse, o objetivo deste projeto passa por otimizar métodos para que a produção desta espécie se torne viável, promovendo o desenvolvimento das zonas costeiras através da diversificação e o aumento da competitividade no setor da aquacultura, bem como evitar a sobre-exploração deste recurso.

Tendo em conta que a resposta à crescente procura “assenta em espécies provenientes do meio natural, a intensificação da captura tem levado ao esgotamento de stocks, com impactos negativos consideráveis nos ecossistemas”, afirma o coordenador do projeto, Tiago Verdelhos, num comunicado oficial.

O modelo de produção proposto pela equipa do OtimO, cujos testes começaram há um ano nos laboratórios do MARE na Figueira da Foz (MAREFOZ), distingue-se por apostar na transferência efetiva de conhecimento para o setor da aquacultura.

Nesse sentido, explica Tiago Verdelhos, «apostamos num sistema de aquacultura multitrófica integrada (no qual são produzidas espécies de diferentes níveis tróficos ou nutricionais) com recirculação de água, efetuando a reutilização/reciclagem de recursos e minimizando o impacto ambiental, porque a aquacultura, apesar de ser cada vez mais relevante no setor alimentar, ainda está associada à diminuição da qualidade ambiental».

 

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