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Universidades do Norte e da Galiza lançam quatro mestrados e doutoramentos conjuntos

Projeto pioneiro a nível europeu pelo perfil cooperativo, transfronteiriço e multidisciplinar. Segunda fase de candidaturas termina a 15 de setembro. Aulas têm início em outubro.
10 Setembro 2022, 13h00

É conhecida pela sigla UNISF – Universidade Sem Fronteiras e junta as seis universidades públicas do Norte de Portugal e da Galiza: Minho, Porto, Trás-os-Montes e Alto Douro, Corunha, Santiago de Compostela e Vigo. O projeto, coordenado pela UMinho, dá este ano 2022/23, um importante passo: o lançamento conjunto de quatro cursos pioneiros a nível europeu pelo seu perfil cooperativo, transfronteiriço e multidisciplinar.

A oferta está centrada em temas atuais e de elevado interesse para a região transfronteiriça Galiza-Norte de Portugal e inclui dois doutoramentos — Matemática e Aplicações e Ciências Sociais e Envelhecimento — e dois mestrados: Desafios das Cidades e Direito Transnacional da Empresa e das Tecnologias Digitais.

“Acreditamos que os novos cursos podem abrir portas a outras formações e até motivar universidades terceiras a replicarem este modelo pioneiro”, afirma Filomena Soares, vice-reitora para a Educação e Mobilidade Académica da Universidade do Minho, coordenadora do projeto. A primeira edição destes quatro ciclos de estudo é uma edição piloto e as aulas arrancam a três de outubro.

As cidades dão mote a um mestrado que une as seis academias e é lecionado em três línguas: castelhano, português e galego.

O mestrado em Desafios das Cidades arranca com 36 vagas, em regime b-learning e com a duração de três semestres. Os estudantes vão adquirir know-how em seis domínios: património construído, ambiente, ciências sociais e educacionais, tecnologias de informação, governança, economia, suportando ações ligadas à construção de cidades sustentáveis, inteligentes, eficientes, resilientes e inclusivas.

As relações comerciais entre empresas exigem cada vez mais o conhecimento geral das leis das duas regiões. Esta realidade está na base da criação do mestrado em Direito Transnacional da Empresa e das Tecnologias Digitais, que arranca com 30 vagas, desenrola-se em três semestres e segue o regime b-learning.

A formação, lançada pelas universidades do Minho e Santiago de Compostela, visa reforçar as competências de licenciados em Direito que queiram exercer uma profissão jurídica a nível ibérico e internacional. O plano de estudos foca o direito internacional privado, o direito da União Europeia, o direito português e espanhol e o direito comparado, aliando uma forte vertente aplicada às novas tecnologias.

A terceira novidade a lançar pela UNISF este ano letivo é o programa de doutoramento em Matemática e Aplicações. Tem como objetivo o desenvolvimento de técnicas, linguagens e ferramentas teóricas e computacionais adequadas para a resolução de problemas. Os formandos aprofundarão também “a abordagem autónoma de contextos matemáticos”, obtendo “competências em modelação inovadora” e aprendedo a resolver fenómenos científicos.

O curso junta as seis Universidades do consórcio, abre 30 vagas em regime diruno, prolonga-se por três anos e é oferecido em português, castelhano, galego e inglês.

Portugal e Espanha partilham um problema que o consórcio tabém quer ajudar a resolver: a população envelhecida. À luz desse cenário surge o doutoramento em Ciências Sociais e Envelhecimento que envolve as Universidades do Porto, Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), Corunha, Santiago de Compostela e Vigo.

Trata-se de uma formação avançada sobre envelhecimento demográfico e longevidade a partir da lente das ciências sociais. O consórico pretende fazer dela “uma referência ibérica” e agregar variadas áreas disciplinares, capitalizando as suas semelhanças e também as suas diferenças para aprofundar este fenómeno multidimensional.Também tem a duração de três anos, é em quatro línguas e segue o regime normal. Há 20 vagas.

“O conhecimento adquirido no desenvolvimento e implementação destes cursos abre sem dúvida caminho para novos projetos de ensino e esta foi sempre a intenção destas seis instituições de ensino superior”, afirma a vice-reitora da Universidade do Minho e coordenadora do projeto ao JE Universidades. O principal objetivo foi sempre, explica Filomena Soares, “ultrapassar barreiras jurídicas e administrativas” e criar “uma metodologia que nos permita, no futuro, unir forças e criar mais ciclos de estudos conjuntos, de uma forma célere e simples e acima de tudo unificada, respeitando a legislação de ambos os países”.

Para a coordenadora do projeto, a interação entre docentes, serviços e reitorias é uma experiência enriquecedora, sendo intenção do consórcio continuar a fomentar e até partilhar a experiência para que outras universidades possam beneficiar dela. Além disso, salienta, “o consórcio é hoje constituído por estas seis instituições, mas no futuro pode crescer ou até mesmo derivar em novos consórcios”.

A Fundação Centro de Estudos Euro-Regionais (FCEER) é o sétimo membro do consórcio UNISF – Universidade Sem Fronteiras. O investimento total no projeto ronda 1.99 milhões de euros, dos quais 1.49 milhões advêm dos programas comunitários Interreg, POCTEP e FEDER.

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