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“Valeu a pena resistir aos ataques” sobre a construção do CCB, defende Cavaco Silva

O antigo Presidente da República considera que valeu a pena “resistir aos ataques” de que foi alvo na altura da construção do Centro Cultural de Belém (CCB), sublinhando a forma como “envelheceu” tão bem.
17 Março 2018, 07h38

“Não resta hoje dúvida de que valeu a pena resistir aos ataques. A melhor prova disso são os largos milhares de visitantes que, anualmente, visitam o CCB e ali assistem aos melhores espetáculos. O CCB estabeleceu-se com uma tal força e ‘envelheceu’ tão bem que, ao fim de poucos anos, era já difícil conceber Belém e Lisboa sem a presença da sua marca – a arquitetónica, de autoria de Vittorio Gregotti e Manuel Salgado, e a cultural”, refere Aníbal Cavaco Silva, numa declaração escrita enviada à agência Lusa, a propósito dos 25 Anos do CCB.

Classificando o CCB como um dos mais importantes espaços de arte e de cultura do país, Cavaco Silva confessa ter “especial orgulho” em estar associado, enquanto primeiro-ministro, à decisão da sua construção, à sua abertura ao público em 21 de março de 1993 e à sua inauguração oficial, em setembro de 1993.

Segundo o antigo chefe de Estado, foi o então ministro Luís Valente de Oliveira que, em 1987, que lhe falou da ideia de criar naquela zona de Lisboa um grande centro cultural, acabando depois por se tornar “um desígnio de todo o Governo, que assinalaria os 500 anos dos Descobrimentos”.

“Apressámos a construção para que, ainda incompleto, o CCB pudesse ser, a partir de 01 de janeiro de 1992, a sede da primeira Presidência Portuguesa das Comunidades Europeias, um momento de especial orgulho para o nosso país”, lembra Cavaco Silva, que foi primeiro-ministro entre 1985 e 1995.

Contudo, sublinha, “nem sempre as boas decisões são consensuais” e a construção do CCB, que chegou mesmo a ser chamado de “monumento do cavaquismo”, foi motivo para “ataques violentos”, em especial relativos ao impacto visual que o edifício teria numa zona nobre da cidade de Lisboa.

“Passados vinte e cinco anos sobre a sua abertura ao público, é com enorme satisfação que assinalo o inquestionável impacto positivo que o CCB teve não só sobre a cidade de Lisboa, mas acima de tudo sobre a cultura dos portugueses”, escreve Cavaco Silva.

As celebrações dos 25 anos do CCB vão ter início no próximo dia 21, data oficial da inauguração, com um Dia Aberto, mas prolongam-se até ao fim do ano, com várias iniciativas.

O projeto do CCB foi decidido em 1988, no segundo Governo liderado por Cavaco Silva, e entregue por concurso ao consórcio de arquitetos Vittorio Gregotti e Manuel Salgado. Concluído em 1992, para acolher a primeira presidência portuguesa do Conselho Europeu, abriu ao público em 21 de março de 1993, há 25 anos.

 

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