[weglot_switcher]

Vem aí a 1ª edição do Cinalfama – Lisbon International Film Festival

A 1ª edição do Festival acontece já de 25 a 29 de julho e quer dar nova vida, e uso, a recantos deste bairro lisboeta, que muitas vezes são, também eles, muito cinematográficos. Outros marcam o regresso ao lado intimista da magia do cinema.
19 Julho 2022, 16h20

Cinco dias e um rol muito diverso de filmes é a proposta da 1ª edição do Cinalfama -Lisbon International Film Festival, um evento anual, que celebra o cinema e o bairro, com com exibições indoor e outdoor. Do cardápio constam realizadores dos quatro cantos do mundo, na companhia dos quais o público não só irá descobrir obras cinematográficas, como espaços e recantos vários deste bairro histórico alfacinha.

Só para aguçar os sentidos, refiram-se alguns, como as Escadinhas de São Miguel, a Rua do Loureiro, a Rua dos Corvos e a sede do Grupo Sportivo Adicense. Nomes quase exóticos para a maior parte dos residentes da capital e pérolas para descobrir para todos os que estejam de visita a Lisboa.

Para esta 1ª edição, a organização do Cinalfama – uma iniciativa Associação Alfama com a direção João Gomes – lançou um open call a realizadores, argumentistas e compositores, que decorreu até 13 de julho, findo o qual o júri convidado, que integra 11 personalidades ligadas ao cinema, selecionou os melhores filmes de cada categoria, que serão agora exibidos no Festival.

O Cinalfama irá também atribuir um galardão, e abrir caminho para presenças no ÉCU – The European Independent Film Festival, além de proporcionar uma sessão de mentoria com membros do júri da competição a todos os laureados. Esta iniciativa de dinamização do Bairro de Alfama vem agora somar-se às Seasonal Screenings, i.e. sessões regulares competitivas de cinema, que a Associação promove em janeiro, abril e outubro, e cujos vencedores também integram a programação do Cinalfama – Lisbon International Film Festival.

É precisamente com o melhor destas “sessões sazonais” – BEST OF SEASONAL SCREENING – que arranca o festival, às 16h00 de dia 25 de julho, em três espaços diferentes. Mais pela fresca, leia-se ao serão, pelas 21h30, as Escadinhas de São Miguel vão receber três filmes que compõem a secção MELHOR FILME PORTUGUÊS. São eles “Boca do Inferno” de Luis Porto (vencedor), “Edmundo”, de William Vitória (menção honrosa) e “Alcindo” de Miguel Dores (menção honrosa).

No dia seguinte, 26 de julho, é a vez da secção ANIMALFAMA (Melhor Filme de Animação) entrar em cena, às 16h00, no Grupo Sportivo Adicense, com a exibição de dez curtas-metragens de animação, que reúne uma oferta eclética, onde figuram realizadores nacionais e estrangeiros.

Às 21h30, uma secção menos previsível coloca o foco  em filmes cuja narrativa ou tema se centre numa cidade – CITY IN FILM – e propõe aos espetadores aventurar-se por “uma cidade feita de cinema. Um cinema que lembra a cidade de Natal”, a saber, o filme “A City Always New” de Jefferson Cabral, vencedor nesta categoria. À mesma hora mas na rua do Loureiro serão exibidos os quatro filmes, entre curtas e uma longa-metragem, que integram a secção MELHOR FILME MICRO & NO BUDGET.

Já a 28 de julho, a tarde pertence ao país convidado desta primeira edição, a França. Assim, a secção MELHOR FILME FRANCÊS levará a Alfama “31st of August” de Béatrice Pradal (vencedor), “Lazare” de Güldem Durmaz, “Before Boys” de Florence Faure e “Harmony” de Céline Gailleurd e Olivier Bohler.

O serão, esse, trará o Melhor Filme de Estreia, ou seja, 1st TIMERS, porque também é importante dar visibilidade a quem começa. Entre Lisboa e Beirute, no Líbano, entre o quotidiano e o surreal, estão garantidas três viagens pelos universos dos estreantes Clément de Dadelsen, com “Untitled”, Ines Saïd e o seu “Those Names”, e Leonardo Bassil, que se revela em “Day Off”.

O último dia do Cinalfama – Lisbon International Film Festival divide-se entre a MELHOR MÉDIA METRAGEM, MELHOR GUIÃO (curtas e longas-metragens) e GRANDE PRÉMIO CINALFAMA, que apresentará o filme vencedor nesta categoria, “Dreaming an Island”, de Andrea Pellerani, que nos mostra o quotidiano dos poucos habitantes da ilha japonesa de Ikeshima, um lugar que parece estar à frente do seu tempo, mostrando-nos um futuro possível ao mesmo tempo que questiona a nossa relação com o planeta, o isolamento social e a solidão.

Se compete à arte questionar, à 7ª Arte não se exigirá menos. Mas nem só de questionamento ou reflexão se faz o cinema. A convivialidade é também parte da essência de ver cinema, que neste momento de regresso ao presencial proporciona isso mesmo: a partilha dessa magia, seja em espaços ao ar livre, seja em espaços fechados. Isso e o caráter de um evento como o Cinalfama que, desde 2016, por vontade do grupo de cinéfilos que lhe deu ‘corpo e alma’, se transformou num festival internacional de cinema, com as Seasonal Screenings, mantendo sempre “a intimidade do cinema de bairro que esteve na nossa origem desde o dia um”, como sublinha João Gomes, Diretor do Cinalfama – Lisbon International Film Festival.

Todas as sessões são gratuitas. Consulte aqui a programação completa.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.