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Vêm aí novas regras para a carne picada no talho

A Comissão de Segurança Alimentar e o Governo estão a estudar a hipótese de obrigar os comerciantes a ter um termómetro de sonda e a haver câmaras de conservação abaixo dos 2 graus.
20 Fevereiro 2017, 08h22

A carne picada nos talhos voltou à ordem do dia. A Comissão de Segurança Alimentar e o Governo estão a estudar a hipótese de obrigar os comerciantes a ter um termómetro de sonda e de haver câmaras de conservação abaixo dos 2 graus, revelou esta segunda-feira o “Correio da Manhã”.

Estas medidas, em análise entre a Comissão de Segurança Alimentar e o Governo – que se reúnem depois de amanhã – vão permitir aos consumidores confirmarem se de facto o produto estava a ver conservado à temperatura ideal.

“Quando um talho de rua ou de hiper ou supermercado não tiver balcão com esta temperatura, a carne picada terá de ser conservada em câmaras de conservação adequadas”, esclareceu um porta-voz da Comissão de Segurança Alimentar ao CM.

A carne picada que é vendida nos talhos tem levantado diversas questões às autoridades ligadas à segurança alimentar em Portugal. No final de janeiro, a Associação Portuguesa de Defesa do Consumidor (Deco) divulgou um estudo onde diz ter identificado carne guardada a temperaturas demasiado altas, “milhões de bactérias por grama”, entre as quais a ‘salmonella’ e outras de origem fecal, demasiada gordura e sulfitos usados ilegalmente como conservantes.

“Desaconselhamos de todo a compra de carne previamente picada e de hambúrgueres frescos já preparados nos talhos”, disse à agência Lusa o técnico Nuno Lima Dias, que defende que o Governo deve proibir a venda deste formato.

Para o estudo, a Deco foi a 25 talhos de Lisboa e Porto e pediu hambúrgueres de carne de vaca que não contivesse cereais ou vegetais, para que estivesse livre de sulfitos, mas mesmo assim encontrou este tipo de conservantes de forma “escondida e ilegal” em 80 por cento das amostras, por vezes em “quantidades enormes”.

Pouco depois, Pedro Portugal Gaspar, inspetor-geral da ASAE, adiantou à TSF que não tem “qualquer indicação nem dados suficientes para impor uma medida que eu acho que se revelaria desproporcional nesse sentido”. O responsável da autoridade de segurança alimentar salientou que não há qualquer indicação de alarme e que não há emergência que implique medidas de interdição de consumo. “Seria naturalmente uma situação com uma gravidade”, referiu à rádio.

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